Um "cadinho" de mim

São Luís, Maranhão, Brazil
Rita Luna Moraes Assistente Social e Bacharel em Direito. Servidora pública federal aposentada.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Um 2013 com muita alegria na inspiração de Pedrinho, meu 1º sobrinho-neto. Axé a todos e tod@s!


Meu "Feliz Natal" e "Feliz Ano-Novo"

Que o Natal não seja apenas uma noite, com muita comida e presentes. 

Que se renovem as esperanças na alegria que as crianças trazem na face 
e os adultos, muitas vezes, esquecem de experimentar. 

Meus desejos são de que as pessoas olhem mais para o outro e diminuam o individualismo. 

Sozinhos, não nos pertencemos e nem pertencemos ao mundo. 

Que possamos festejar melhores dias para todos e para todos os anos que virão. 

Axé !

Meu abraço afetuoso,

Rita Luna Moraes

Aline de Lima: "Upaon Açu"

domingo, 16 de dezembro de 2012

SIMPLES ASSIM: TV Globo apresenta, em legenda, a namorada de Ellen Oleria, campeã "The Voice Brasil " Ao lado, a mãe da campeã

Comissão do Possível - "A verdade para nunca esquecer"

"Amado" - Marcelo Jeneci

SE EU FOSSE EU (CLARICE LISPECTOR)


Quando não sei onde guardei um papel importante e a procura se revela inútil, pergunto-me: se eu fosse eu e tivesse um papel importante para guardar, que lugar escolheria? Às vezes dá certo. Mas muitas vezes fico tão pressionada pela frase “se eu fosse eu”, que a procura do papel se torna secundária, e começo a pensar. Diria melhor, sentir.
E não me sinto bem. Experimente: se você fosse você, como seria e o que faria? Logo de início se sente um constrangimento: a mentira em que nos acomodamos acabou de ser levemente locomovida do lugar onde se acomodara. No entanto já li biografias de pessoas que de repente passavam a ser elas mesmas, e mudavam inteiramente de vida. Acho que se eu fosse realmente eu, os amigos não me cumprimentariam na rua porque até minha fisionomia teria mudado. Como? não sei.Metade das coisas que eu faria se eu fosse eu, não posso contar. Acho, por exemplo, que por um certo motivo eu terminaria presa na cadeia. E se eu fosse eu daria tudo o que é meu, e confiaria o futuro ao futuro.”Se eu fosse eu” parece representar o nosso maior perigo de viver, parece a entrada nova no desconhecido. No entanto tenho a intuição de que, passadas as primeiras chamadas loucuras da festa que seria, teríamos enfim a experiência do mundo. Bem sei, experimentaríamos enfim em pleno a dor do mundo. E a nossa dor, aquela que aprendemos a não sentir. Mas também seríamos por vezes tomados de um êxtase de alegria pura e legítima que mal posso adivinhar.Não, acho que já estou de algum modo adivinhando porque me senti sorrindo e também senti uma espécie de pudor que se tem diante do que é grande demais.
Clarice Lispector. A Descoberta do Mundo. Rocco, p.162

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Frei Betto lembra Niemeyer

10.12.12 - Brasil

Chico Buarque "fala" sobre Niemeyer

"A casa do Oscar era o sonho da família. Havia um terreno para os lados da Iguatemi, havia o anteprojeto, presente do próprio, havia a promessa de que um belo dia iríamos morar na casa do Oscar. Cresci cheio de impaciência porque meu pai, embora fosse dono do Museu do Ipiranga, nunca juntava dinheiro para construir a casa do Oscar. Mais tarde, num aperto, em vez de vender o museu com os cacarecos dentro, papai vendeu o terreno da Iguatemi. Desse modo a casa do Oscar, antes de existir, foi demolida. Ou ficou intacta, suspensa no ar, como a casa no beco de Manuel Bandeira.
Senti-me traído, tornei-me um rebelde, insultei meu pai, ergui o braço contra minha mãe e saí batendo a porta da nossa casa velha e normanda: só volto para casa quando for a casa do Oscar! Pois bem, internaram-me num ginásio em Cataguases, projeto do Oscar. Vivi seis meses naquele casarão do Oscar, achei pouco, decidi-me a ser Oscar eu mesmo. Regressei a São Paulo, estudei geometria descritiva, passei no vestibular e fui o pior aluno da classe. Mas ao professor de topografia, que me reprovou no exame oral, respondi calado: lá em casa tenho um canudo com a casa do Oscar.
Depois larguei a arquitetura e virei aprendiz de Tom Jobim. Quando minha música sai boa, penso que parece música do Tom Jobim. Música do Tom, na minha cabeça, é casa do Oscar."


Leonardo Boff escreve sobre Niemeyer: O comunismo ético e humanitário de Oscar Niemeyer


Leonardo Boff escreve sobre Niemeyer

07/12/2012
Não tive muitos encontros com Oscar Niemeyer. Mas os que tive foram longos e densos. Que falaria um arquiteto com um teólogo senão sobre Deus, sobre religião, sobre a injustiça dos pobres e sobre o sentido da vida?
Nas nossas conversas, sentia alguém com uma profunda saudade de Deus. Invejava-me que, me tendo por inteligente (na opinião dele) ainda assim acreditava em Deus, coisa que ele não conseguia. Mas eu o tranquilizava ao dizer: o importante não é crer ou não crer em Deus. Mas viver com ética, amor, solidariedade e compaixão pelos que mais sofrem. Pois, na tarde da vida, o que conta mesmo são tais coisas. E nesse ponto ele estava muito bem colocado. Seu olhar se perdia ao longe, com leve brilho.
Impressionou-se sobremaneira, certa feita, quando lhe disse a frase de um teólogo medieval: “Se Deus existe como as coisas existem, então Deus não existe”. E ele retrucou: “mas que significa isso?” Eu respondi: “Deus não é um objeto que pode ser encontrado por ai; se assim fosse, ele seria uma parte do mundo e não Deus”. Mas então, perguntou ele: “que raio é esse Deus?” E eu, quase sussurrando, disse-lhe: “É uma espécie de Energia poderosa e amorosa que cria as condições para que as coisas possam existir; é mais ou menos como o olho: ele vê tudo mas não pode ver a si mesmo; ou como o pensamento: a força pela qual o pensamento pensa, não pode ser pensada”. E ele ficou pensativo. Mas continuou: “a teologia cristã diz isso?” Eu respondi: “diz mas tem vergonha de dizê-lo, porque então deveria antes calar que falar; e vive falando, especialmente os Papas”. Mas consolei-o com uma frase atribuída a Jorge Luis Borges, o grande argentino:”A teologia é uma ciência curiosa: nela tudo é verdadeiro, porque tudo é inventado”. Achou muita graça. Mais graça achou com uma bela trouvaille de um gari do Rio, o famoso “Gari Sorriso: “Deus é o vento e a lua; é a dinâmica do crescer; é aplaudir quem sobe e aparar quem desce”. Desconfio que Oscar não teria dificuldade de aceitar esse Deus tão humano e tão próximo a nós.
Mas sorriu com suavidade. E eu aproveitei para dizer: “Não é a mesma coisa com sua arquitetura? Nela tudo é bonito e simples, não porque é racional mas porque tudo é inventado e fruto da imaginação”. Nisso ele concordou adiantando que na arquitetura se inspira mais lendo poesia, romance e ficção do que se entregando a elucubrações intelectuais. E eu ponderei: “na religião é mais ou menos a mesma coisa: a grandeza da religião é a fantasia, a capacidade utópica de projetar reinos de justiça e céus de felicidade. E grande pensadores modernos da religião como Bloch, Goldman, Durkheim, Rubem Alves e outros não dizem outra coisa: o nosso equívoco foi colocar a religião na razão quando o seu nicho natural se encontra no imaginário e no princípio esperança. Ai ela mostra a sua verdade. E nos pode inspirar um sentido de vida.”
Para mim a grandeza de Oscar Niemeyer não reside apenas na sua genialidade, reconhecida e louvada no mundo inteiro. Mas na sua concepção da vida e da profundidade de seu comunismo. Para ele “a vida é um sopro”, leve e passageiro. Mas um sopro vivido com plena inteireza. Antes de mais nada, a vida para ele não era puro desfrute, mas criatividade e trabalho. Trabalhou até o fim, como Picazzo, produzindo mais de 600 obras. Mas como era inteiro, cultivava as artes, a literatura e as ciências. Ultimamente se pôs a estudar cosmologia e física quântica. Enchia-se de admiração e de espanto diante da grandeur do universo.
Mas mais que tudo cultivou a amizade, a solidariedade e a benquerença para com todos. “O importante não é a arquitetura” repetia muitas vezes, “o importante é a vida”. Mas não qualquer vida; a vida vivida na busca da transformação necessária que supere as injustiças contra os pobres, que melhore esse mundo perverso, vida que se traduza em solidariedade e amizade. No JB de 21/04/2007 confessou: ”O fundamental é reconhecer que a vida é injusta e só de mãos dadas, como irmãos e irmãs, podemos vive-la melhor”.
Seu comunismo está muito próximo daquele dos primeiros cristãos, referido nos Atos dos Apóstolos nos capítulos 2 e 4. Ai se diz que “os cristãos colocavam tudo em comum e que não havia pobres entre eles”. Portanto, não era um comunismo ideológico mas ético e humanitário: compartilhar, viver com sobriedade, como sempre viveu, despojar-se do dinheiro e ajudar a quem precisasse. Tudo deveria ser comum. Perguntado por um jornalista se aceitaria a pílula da eterna juventude, respondeu coerentemente: “aceitaria se fosse para todo mundo; não quero a imortalidade só para mim”.
Um fato ficou-me inesquecível. Ocorreu nos inícios dos anos 80 do século passado. Estando Oscar em Petrópolis, me convidou para almoçar com ele. Eu havia chegado naquele dia de Cuba, onde, com Frei Betto, durante anos dialogávamos com os vários escalões do governo (sempre vigiados pelo SNI), a pedido de Fidel Castro, para ver se os tirávamos da concepção dogmática e rígida do marxismo soviético. Eram tempos tranquilos em Cuba que, com o apoio da União Soviética, podia levar avante seus esplêndidos projetos de saúde, de educação e de cultura. Contei que, por todos os lados que tinha ido em Cuba, nunca encontrei favelas mas uma pobreza digna e operosa. Contei mil coisas de Cuba que, segundo frei Betto, na época era “uma Bahia que deu certo”. Seus olhos brilhavam. Quase não comia. Enchia-se de entusiasmo ao ver que, em algum lugar do mundo, seu sonho de comunismo poderia, pelo menos em parte, ganhar corpo e ser bom para as maiorias.
Qual não foi o meu espanto quando, dois dias após, apareceu na Folha de São Paulo, um artigo dele com um belo desenho de três montanhas, com uma cruz em cima. Em certa altura dizia: “Descendo a serra de Petrópolis ao Rio, eu que sou ateu, rezava para o Deus de Frei Boff para que aquela situação do povo cubano pudesse um dia se realizar no Brasil”. Essa era a generosidade cálida, suave e radicalmente humana de Oscar Niemeyer.
Guardo uma memória perene dele. Adquiri de Darcy Ribeiro, de quem Oscar era amigo-irmão, uma pequeno apartamento no bairro do Alto da Boa-Vista, no Vale Encantando. De lá se avista toda a Barra da Tijuca até o fim do Recreio dos Bandeirantes. Oscar reformou aquele apartamento para o seu amigo, de tal forma que de qualquer lugar que estivesse, Darcy (que era pequeno de estatura), pudesse ver sempre o mar. Fez um estrado de uns 50 centrímetros de altura E como não podia deixar de ser, com uma bela curva de canto, qual onda do mar ou corpo da mulher amada. Ai me recolho quando quero escrever e meditar um pouco, pois um teólogo deve cuidar também de salvar a sua alma.
Por duas vezes se ofereceu para fazer uma maquete de igrejinha para o sítio onde moro em Araras em Petrópolis. Relutei, pois considerava injusto valorizar minha propriedade com uma peça de um gênio como Oscar. Finalmente, Deus não está nem no céu nem na terra, está lá onde as portas da casa estão abertas.
A vida não está destinada a desaparecer na morte mas a se transfigurar alquimicamente através da morte. Oscar Niemeyer apenas passou para o outro lado da vida, para o lado invisível. Mas o invisível faz parte do visível. Por isso ele não está ausente, mas está presente, apenas invisível. Mas sempre com a mesma doçura, suavidade, amizade, solidariedade e amorosidade que permanentemente o caracterizaram. E de lá onde estiver, estará fantasiando, projetando e criando mundos belos, curvos e cheios de leveza.
Fonte: www.leonardoboff.com

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

"Lá vem o Joãozinho com essa esperança quase insuportável!”

Esta, a síntese de Joãozinho Ribeiro. Na lavra de Zeca Baleiro. Compartilhado com seu público, em show memorável, neste final de novembro, no templo de nossa arte, o Teatro Arthur Azevedo, em São Luís do Maranhão.
Que alimento para a alma aquelas horas especiais! Saí com o coração na mão e a certeza de que a poesia faz do ser humano que é Joãozinho Ribeiro, um iluminado.
Produção impecável fez pano de fundo para a poesia candente e contundente deste maranhense, do quilate de um Paulinho da Viola, de quem me recordei por inúmeras vezes ao longo do show.
Seus versos nos falam de nossa terra e de nossa gente, como poucos conseguem traduzí-las. No quilate do seu parceiro Cesar Teixeira, outro poeta-compositor-cantor sagrado deste nosso chão. Ambos, representantes do orgulho em ser maranhense: na simplicidade de dizerem o fundamental. (Em seu show, no Trapiche, Cesar Teixeira emocionou-me, mais uma vez, em outra noite inesquecível, em um dos dias de agosto mais especiais e felizes deste ano, para mim.)
Generoso e gregário, Joãozinho abriu alas, em seu show de gravação ao vivo do 1º CD e DVD, para a reverência à diva Célia Maria (en)cantar “Saiba, rapaz” e a participação das maravilhosas Rosa Reis, Milla Camões e Lena Machado, para ficar na homenagem às mulheres, uma de suas paixões.
Na companhia de Zeca Baleiro, trouxe à São Luís o carismático Chico César, que nos brindou musicando a sensível letra com que Joãozinho homenageia seu pai, em “Anonimato”. Em momento anterior, o poeta de incansável esperança já atingia certeiro nosso coração com sua homenagem à mãe na bela “Amália”. Senti-me, eu própria, homenageando meu pai e minha mãe, pois da poesia de Joãozinho Ribeiro podemos todos nos sentir donos.
Em trio, João, Zeca e Chico César celebraram “Erva Santa”, com a animada contribuição dos muitos amigos e admiradores que lotaram a plateia e beberam de “todas as ervas” que Joãozinho nos ofereceu, trazendo-nos ainda mais a garantia de que não se deve cantar sozinho, para não ficar mal acompanhado (outra pérola do João, na minha livre tradução).
Registros mais que necessários: a extraordinária atuação do grande ator maranhense Domingos Tourinho, nos trazendo textos de imensurável força poética e revolucionária e as especialíssimas vozes do “Coral São João”, fazendo-nos sentir um tanto de uns dentro dos milhões que agrega, aqui em trocadilho à “Milhões de Uns”, música-título do show. (Ah, e o hilário e participante "homem das chaves", que, da plateia, fez uma "percussão" com Chico César.)
Destaque igualmente para a qualidade dos músicos maranhenses que se somaram para “acarinhar” a poesia musical de Joãozinho: Quanta honra tantos talentos, juntos! Das cordas de Luiz Júnior, em solos magníficos, à beleza sonora da sanfona do músico que não lembro o nome neste instante (Rui Mário), ao cavaquinho ilustre do Paulo Trabulsi,  à flauta do companheiro Zezé Alves, à particular percussão que Arlindo Carvalho imprime a qualquer espetáculo, (ao luxo do violão de Celson) e aos sopros elegantes do sax e do trompete. Quanta emoção nos causaram com suas técnicas a serviço do texto primoroso.
Quem quiser saber mais desse show inesquecível (e ver fotos e vídeos), acesse: 
E aguardemos todos o CD e o DVD para eternizar em nossas vidas o que o poeta da “insuportável esperança” canta e para respondermos “presentes” ao chamamento à cumplicidade poético-revolucionária.

Axé, Joãozinho!

* Atualizada, em 30/11/2012

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Alfredo Wagner Berno de Almeida: Entre a "proteção" e o "protecionismo" - Le Monde Diplomatique Brasil

Alfredo Wagner Berno de Almeida: Entre a "proteção" e o "protecionismo" - Le Monde Diplomatique Brasil

Entre a "proteção" e o "protecionismo"
Assiste-se atualmente à aplicação de políticas de “reorganização de espaços e territórios” que não são um produto mecânico da expansão gradual das trocas, mas sim o efeito de uma ação de Estado rotecionista, voltada para a reestruturação de mercados, disciplinando a comercialização da terra, das florestas e do subsolo
por Alfredo Wagner Berno de Almeida

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

16 e 17/11, Lançamento DVD "Pedra da Memória", com Pai Euclides, da Casa Fanti-Ashanti


Mostra Cinema e Direitos Humanos 25 a 30/11, Teatro da Cidade

PROGRAMAÇÃO DISPONÍVEL EM: http://www.cinedireitoshumanos.org.br/2012/

Show "Milhões de Uns" - Joãozinho Ribeiro, no Teatro Arthur Azevedo





Joãozinho Ribeiro – Milhões de Uns, por Zeca Baleiro

Joãozinho Ribeiro é um poeta e compositor maiúsculo. Mas sempre foi mais que isso.  João é uma espécie de “guru da galera”, o cara que aponta caminhos, que lança luz sobre as trevas culturais da cidade de São Luís – incansável, obstinado, convicto.
Mas há uma torcida antiga (e eu estou nela) pra que João deixe de lado um pouco sua porção “agitador cultural” e nos dê de legado seu primeiro e aguardado disco autoral.
Finalmente parece que a torcida começa a dar resultado. João se prepara para, com o suporte de alguns convidados especiais, gravar cd e dvd com a sua (vasta) obra nunca dantes registrada em toda a sua magnitude e esplendor.
Serão 20 canções escolhidas de um balaio fértil de cerca de duas centenas de composições, acumuladas em mais de 30 anos de poesia, boemia e hiperatividade cultural.
Um trabalho que já nascerá clássico, assim como um disco antigo do Paulinho da Viola ou do Chico Buarque. Porque, assim como os artistas acima citados, João tem estatura de gigante, ainda que o Brasil – infelizmente – o desconheça.
Agora enfim vai conhecê-lo por meio do projeto “Milhões de Uns”, iniciando com a gravação de um cd e um dvd que levam o mesmo título, nos dias 27 e 28 de novembro próximo, no Teatro Arthur Azevedo. Afinal, nunca é tarde para a poesia. 
Saravá, João, meu poeta!

Zeca Baleiro (agosto de 2012)

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Leandro Léo canta "João de Barro" no show de Maria Gadú

Ariano Suassuna abre feira literária em favela do Rio


É a primeira vez que uma comunidade pobre do Rio sedia um evento desse porte

Por: Vladimir Platonow, da Agência Brasil
Publicado em 08/11/2012, 09:10 Última atualização às 09:10
Rio de Janeiro - Até o próximo domingo (11), o Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, é o centro dos debates sobre livros e literatura no Rio. Pela primeira vez, uma comunidade pobre da cidade sedia a Festa Literária Internacional das Unidades de Polícia Pacificadora (Flupp). A palestra de abertura do evento coube ao imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) Ariano Suassuna, que aos 85 anos de idade fez questão de viajar do Recife, onde mora, para encantar a plateia com suas histórias que misturam a vida pessoal e o folclore nordestino.
Durante pouco mais de 30 minutos, o escritor recitou trechos de suas obras, como O Auto da Compadecida, já retratada no cinema e na televisão. Contou passagens recheadas de bom humor, envolvendo causos acontecidos com ele ou imaginado em sua literatura, sempre tendo como pano de fundo o Nordeste, principalmente a sua Paraíba.
Antes de subir ao palco, Suassuna falou com exclusividade para a Agência Brasil e TV Brasil, sobre o significado de sua presença em um território recém pacificado, onde há pouco tempo imperava o crime e a violência.
“Machado de Assis dizia que no Brasil existem dois países. O país oficial, dos privilegiados, e o real, que é o do povo. Eu que sou um homem da cultura, que amo meu país, amo meu povo, em meu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras disse que o Brasil tinha dois símbolos, o país urbano e a favela. É uma alegria enorme para mim [estar aqui] porque começou-se a perceber que a favela não era os bandidos, era a população ordeira, que era perseguida por eles. Eu, como sertanejo que sou, fico muito feliz de encontrar aqui os meus irmãos urbanos.”
Um dos organizadores da Flupp – nome que faz analogia à já tradicional Festa Literária Internacional de Paraty, conhecida como Flip – é o antropólogo e ex-secretário nacional de Segurança Luiz Eduardo Soares, que entre outras obras escreveu Elite da Tropa e Elite da Tropa 2, que serviram de base para os roteiros dos filmesTropa de Elite e Tropa de Elite 2.
“A Flupp sintetiza o processo da sociedade carioca de vencer a violência com meios democráticos, valorizando a juventude. Ainda há um caminho longo a ser percorrido [com as UPPs - unidades de Polícia Pacificadora], mas na prática ainda há uma série de dificuldades, até porque a brutalidade policial não desaparece do dia para a noite. A Flupp é um momento neste processo para buscar qualificar as UPPs, chamando a atenção entre favela e produção cultural.”.
Para o coordenador-geral das UPPs, coronel Rogério Seabra, a festa literária representa uma ponte entre os moradores das favelas e os do asfalto. “O elemento cultural é um dos principais consolidadores do valor da vida. Ficamos satisfeitos de estarmos aqui neste ambiente, resignificando as culturas locais, que durante muito tempo foi de violência. A UPP chega como uma ponte para unir demandas reprimidas e ofertas possíveis. O que está acontecendo hoje é a oportunidade que os livros e a cultura cheguem”, disse.
A programação da Flupp inclui debates entre 19 escritores brasileiros e 18 estrangeiros, saraus literários, palestras e lançamentos de livros. Amanhã (8) à noite será lançado um livro reunindo 43 contos, selecionados ao longo do ano a partir de oficinas feitas em diversas comunidades da cidade, com moradores e policiais militares.
Os debates são livres e serão mediados por intelectuais ligados à área cultural. A coordenadora de Cultura da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso-Brasil), Marta Porto, destacou as mudanças trazidas a partir da pacificação. “É uma microrrevolução que vai começando no território e tomando o país. É o germe do bem, que a arte e a cultura vão deixando nas pessoas. Começa com as crianças. A retomada do território é um fundamento que estava faltando nas políticas públicas e que agora chegou com toda a força”, declarou.
A programação completa da Flupp pode ser acessada no endereço www.flupp.net.br.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

JUSTIÇA obriga IBAMA-PI a assumir as licenças da Suzano


sábado, 27 de outubro de 2012

TRIBUNAL DIZ QUE A SEMAR-PI não tem competência. IBAMA não queria analisar os processos


Mais duas decisões judiciais publicadas nos últimos dias vão contra os interesses da Suzano Papel e Celulose e dos governos do Piauí e do Maranhão. O Superior Tribunal de Justiça publicou na segunda-feira (22) o indeferimento do pedido do governo do Maranhão que queria suspender a decisão que reconhece apenas o IBAMA como órgão competente para autorizar a licença ambiental para o empreendimento de R$ 412 milhões que está se instalando naquele Estado. A decisão contestada foi da Justiça Federal no Maranhão.
A Suzano alegou que a paralisação do empreendimento, provocaria ‘grave lesão à ordem e economia pública, já que a empresa emprega, atualmente, 1.800 pessoas de maneira direta e 7.700 pessoas de maneira indireta, movimentando a economia de quase 10 municípios maranhenses’. Porém, segundo a decisão do ministro Félix Fischer na Ação de Suspensão de Liminar Nº 1.660, ‘não ficou evidenciada grave lesão a quaisquer dos bens tutelados pela legislação.'
A decisão do STJ negando o pedido do governo maranhense também deverá ser seguida para outras duas ações que tramitam na Justiça Federal no Piauí. O projeto de plantio da Suzano no Piauí abrande 160 mil hectares de eucalipto, em 38 municípios, numa rio de 120 km a partir do município de Nazária.
Na semana passada (dia 16), mais uma decisão foi emitida pela Justiça Federal no Piauí. Dessa vez, o alvo principal foi o IBAMA-PI, que se negava assumir a competência pelas licenças. Em junho, uma decisão da Justiça Federal no Piauí já tinha suspendido as licenças emitidas pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMAR).
Segundo as ações do MPF, o IBAMA é o órgão responsável pelos rios interestaduais, como é o caso do rio Parnaíba.
O juiz da 1ª Vara da Justiça Federal no Piauí, Francisco Hélio Ferreira, decidiu, em outra ação movida pelo Ministério Público Federal no Piauí, suspender as licenças emitidas pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMAR-PI) e obrigar o IBAMA a cumprir seu papel, já que este órgão vinha afirmando que não era de sua competência a emissão das licenças.
‘Defiro parcialmente o pedido de antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional, para determinar a suspensão do licenciamento ambiental do projeto florestal para a produção de madeira para atendimento de demanda industrial, realizada pela Secretaria de Meio Ambiente e de Recursos Hídricos do Piauí (SEMAR-PI), bem como determinar ao IBAMA que assuma o licenciamento ambiental do referido empreendimento’, diz o texto da sentença assinada pelo Dr. Francisco Hélio Ferreira na ACP N º 0010550-68.2010.4.01.4000. A Suzano ainda pode apresentar contestação e recorrer das decisões.
A batalha judicial vai provocar mais atrasos no início da operação da fábrica no Piauí, que estava inicialmente prevista para 2014, mas foi adiada para 2016.
Autor: Aquiles Nairó
Publicado Por: Fábio Carvalho

A mobilização das redes sociais foi definitiva para alcançar esse resultado


MPF comemora decisão que mantém índios em terra guarani-kaiowá no MS



DESTACO UM TRECHO:
"A mobilização das redes sociais foi definitiva para alcançar esse resultado. Provocou uma reação raramente vista por parte do governo quando se trata de direitos indígenas", disse o procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, que atua em Dourados. A situação dos guarani em Pyelito Kue se tornou assunto em todo o país quando os índios divulgaram uma carta em que se declaravam dispostos a morrer em vez de deixar as terras, assim que foram notificados do despejo pela Justiça Federal do Mato Grosso do Sul.


  
— última modificação 31/10/2012 12:40
Os 170 indígenas podem permanecer em área da fazenda Cambará, em Iguatemi/MS, até que os trabalhos de identificação da terra indígena sejam concluídos
MPF comemora decisão que mantém índios em terra guarani-kaiowá no MS
Índios guarani-kaiowá de Pyelito Kue. Foto: MPF/MS
O Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em São Paulo, suspendeu operação de retirada dos índios guarani-kaiowá do acampamento Pyelito Kue, atendendo a pedido da Fundação Nacional do Índio, após intensa mobilização de cidadãos na internet. O Ministério Público Federal tinha feito o mesmo pedido e foi contemplado pela decisão de hoje.
"A mobilização das redes sociais foi definitiva para alcançar esse resultado. Provocou uma reação raramente vista por parte do governo quando se trata de direitos indígenas", disse o procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, que atua em Dourados. A situação dos guarani em Pyelito Kue se tornou assunto em todo o país quando os índios divulgaram uma carta em que se declaravam dispostos a morrer em vez de deixar as terras, assim que foram notificados do despejo pela Justiça Federal do Mato Grosso do Sul.
Pela decisão de hoje, os 170 indígenas podem permanecer em área de 1 hectare dentro da fazenda Cambará, em Iguatemi/MS, até que os trabalhos de identificação da terra indígena sejam concluídos. Relatório de Identificação e Delimitação da Terra Indígena falta ser publicado pela Funai. A desembargadora Cecilia Mello determinou o envio da decisão à presidente da República, Dilma Rousseff e ao ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo. 
À Funai, a desembargadora determinou que "deve adotar todas as providências no sentido de intensificar os trabalhos e concluir o mais rápido possível o procedimento administrativo de delimitação e demarcação das terras". Os trabalhos se arrastam há pelo menos 3 anos, quando a Funai assinou um Termo de Ajuste de Conduta com o MPF para examinar a questão territorial dos Guarani-Kaiowá. 
Pyelito Kue
Os guarani-kaiowá de Pyelito Kue ocupam área de reserva legal da fazenda Cambará, em Iguatemi, sul de Mato Grosso do Sul, desde novembro de 2011. Os índios se refugiaram no local - situado do outro lado do rio que corta a região - depois de ataque de pistoleiros em agosto do mesmo ano. Crianças e idosos ficaram feridos e o acampamento, montado à beira de estrada vicinal, foi destruído. (Confira nota sobre o ataque e fotos da travessia dos índios)
Nota técnica da Fundação Nacional do Índio (Funai) publicada em março deste ano concluiu que a área reivindicada pelos indígenas como Pyelito Kue e Mbarakay é ocupada desde tempos ancestrais pelas etnias guarani e kaiowá. “Desde o ano de 1915, quando foi instituída a primeira Terra Indígena , ou seja, a de Amambai, até os anos de 1980 - com forte ênfase na década de 1970 -, o que se assistiu no Mato Grosso do Sul foi um processo de expropriação de terras de ocupação indígena, em favor de sua titulação privada”.
 Para o Ministério Público Federal “afastar a discussão da ocupação tradicional da área em litígio equivale a perpetuar flagrante injustiça cometida contra os indígenas em três fases distintas e sucessivas no tempo. Uma quando se lhes usurpam as terras; outra quando o Estado não providencia, ou demora fazê-lo, ou faz de forma deficiente a revisão dos limites de sua área e quando o Estado-Juiz lhes impede de invocar e demonstrar seu direito ancestral sobre as terras, valendo-se justamente da inércia do próprio Estado”.
Referência processual: Autos nº 0000032-87.2012.4.03.6006
Assessoria de Comunicação Social
Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul
(67) 3312-7265 / 9297-1903
(67) 3312-7283 / 9142-3976
www.prms.mpf.gov.br
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quarta-feira, 31 de outubro de 2012


Com 44% de ateus, Holanda usa igrejas como livrarias e cafés

Com 44% de ateus, Holanda usa igrejas como livrarias e cafés

Os dez melhores poemas de Carlos Drummond | Revista Bula

Os dez melhores poemas de Carlos Drummond | Revista Bula

Um dos meus preferidos:


Quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o
convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto
Fernandes
que não tinha entrado na história.

Justiça autoriza permanência de índios Guarani-Kaiowá em fazenda no MS | Carta Capital

Justiça autoriza permanência de índios Guarani-Kaiowá em fazenda no MS | Carta Capital

Pré-Natal do Homem


Publicado em 30/10 - 17h03 por: ASCOM HUUFMA

Serviço de Obstetrícia e Ginecologia do HUUFMA cria Pré-Natal do Homem

Trata-se do acompanhamento do parceiro em conjunto com a gestante para tratamento e cuidados relacionados à saúde do homem
Foto: ASCOM - HUUFMA
O Serviço de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão trouxe mais uma novidade para a assistência hospitalar, trata-se do Pré-Natal do Homem. Atendimento dispensado ao parceiro da gestante para cuidados e tratamentos relacionados à saúde do homem.
De acordo com a chefe do Serviço de Obstetrícia e Ginecologia do HUUFMA, profa dra. Marília da Glória Martins, essa medida servirá para reduzir a transmissão vertical (da mãe para o filho) e ao mesmo tempo, atrair os homens para cuidar da sua saúde, esta última inserida no contexto da Saúde do Homem, ação atualmente preconizada pelo Ministério da Saúde.
“Precisamos antes orientar e convencer a paciente a trazer o seu parceiro em algum momento do pré-natal. O ideal seria que ele a acompanhasse no primeiro retorno quando a mesma leva ao seu médico os resultados dos exames. Neste período, o parceiro será orientado sobre o Pré-Natal do Homem e serão oferecidos exames como: tipagem sanguínea, sífilis, HIV, hepatite, além de orientações sobre o risco e a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, as práticas sexuais seguras e a saúde do bebê” explica a dinâmica do atendimento a dra. Marília da Glória Martins.
O tratamento simultâneo se destaca pela importância de não só a mãe se preocupar com os cuidados referentes à gravidez, mas também o parceiro, pois se a mesma mantiver relações sexuais durante a gestação com o parceiro infectado, poderá ser infectada novamente, desta forma o tratamento feito durante a gestação não surtirá efeito.
“As infecções durante a gestação podem afetar o bebê. A mãe sempre é tratada, pois passa pelo pré-natal, mas o parceiro sexual na maioria das vezes ignora a necessidade de ser tratado, o que pode causar a reinfecção” destaca dra. Marília da Glória. 

AMAR - poema de CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

sábado, 27 de outubro de 2012

Direitista e esquerdista - Frei Betto


Direitista e esquerdista – os dois são perfeitos idiotas. O direitista padece da doença senil do capitalismo e o esquerdista, como afirmou Lênin, da doença infantil do comunismo
Nada mais parecido a um esquerdista fanático, desses que descobrem a nefasta presença do pensamento neoliberal até em mulheres que o repudiam, do que um direitista visceral, que identifica presença comunista inclusive em Chapeuzinho Vermelho.
Os dois padecem da síndrome de pânico conspiratório. O direitista, aquinhoado por uma conjuntura que lhe é favorável, envaidece-se com a claque endinheirada que o adula como um dono a seu cão farejador. O esquerdista, cercado de adversários por todos os lados, julga que a história resulta de sua vontade.
O direitista jamais defende os pobres e, se eventualmente o faz, é para que não percebam quão insensível ele é. Mas nem pensar em vê-lo amigo de desempregados, agricultores sem terra ou crianças de rua. Ele olha os deserdados pelo binóculo de seu preconceito, enquanto o esquerdista prefere evitar o contato com o pobre e mergulhar na retórica contida nos livros de análises sociais.
O esquerdista enche a boca de categorias teóricas e prefere o aconchego de sua biblioteca a misturar-se com esse pobretariado que nunca chegará a ser vanguarda da história.
O direitista adora desfilar suas ideias nos salões, brindado a vinho da melhor safra e cercado por gente fina que enxerga a sua auréola de gênio. O esquerdista coopta adeptos, pois não suporta viver sem que um punhado de incautos o encarem como líder.
O direitista escreve, de preferência, para atacar aqueles que não reconhecem que ele e a verdade são duas entidades numa só natureza.
O esquerdista não se preocupa apenas em combater o sistema, também se desgasta em tentar minar políticos e empresários que, a seu ver, são a encarnação do mal.
O direitista posa de intelectual, empina o nariz ao ornar seus discursos com citações, como a buscar na autoridade alheia a muleta às suas secretas inseguranças. O esquerdista crê na palavra imutável dos mentores do marxismo e não admite outra hermenêutica que não a dele.
O direitista considera que, apesar da miséria circundante, o sistema tem melhorado. O esquerdista vê no progresso avanço imperialista e não admite que seu vizinho possa sorrir enquanto uma criança chora de fome na África.
O direitista é de uma subserviência abjeta diante dos áulicos do sistema, políticos poderosos e empresários de vulto, como se em sua cabeça residisse a teoria que sustenta todo o edifício de empreendimentos práticos que asseguram a supremacia do capital sobre a felicidade geral.
O esquerdista não suporta autoridade, exceto a própria, e quando abre a boca plagia a si mesmo, já que suas minguadas ideias o obrigam a ser repetitivo. O direitista é emotivo, prepotente, envaidecido. O esquerdista é frio, calculista e soberbo.
O direitista irrita-se aos berros se encontra no armário a gola da camisa mal passada. Dedicado às grandes causas, as pequenas coisas são o seu tendão de Aquiles.
O direitista detesta falar em direitos humanos, e é condescendente com a tortura. O esquerdista admite que, uma vez no poder, os torturados de hoje serão os torturadores de amanhã.
O direitista esbraveja por ver tantos esquerdistas sobreviverem a tudo que se fez para exterminá-los: ditaduras militares, fascismo, nazismo, queda do Muro de Berlim, dificuldade de acesso à mídia etc. O esquerdista considera o direitista um candidato ao fuzilamento.
Direitista e esquerdista – os dois são perfeitos idiotas. O direitista padece da doença senil do capitalismo e o esquerdista, como afirmou Lênin, da doença infantil do comunismo.
Embora mineiro, não fico em cima do muro. Sou de esquerda, mas não esquerdista. Quero todos com acesso a pão, paz e prazer, sem que os direitistas queiram reservar tais direitos a uma minoria, e sem que os esquerdistas queiram impedir os direitistas de acesso a todos os direitos – inclusive o de expressar suas delirantes fobias.
Frei Betto é escritor, autor do romance “Minas do Ouro” (Rocco), entre outros livros.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Carta da comunidade Guarani-Kaiowá

Carta da comunidade Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay-Iguatemi-MS para o Governo e Justiça do Brasil

Nós (50 homens, 50 mulheres e 70 crianças) comunidades Guarani-Kaiowá originárias de tekoha Pyelito kue/Mbrakay, viemos através desta carta apresentar a nossa situação histórica e decisão definitiva diante de da ordem de despacho expressado pela Justiça Federal de Navirai-MS, conforme o processo nº 0000032-87.2012.4.03.6006, do dia 29 de setembro de 2012. Recebemos a informação de que nossa comunidade logo será atacada, violentada e expulsa da margem do rio pela própria Justiça Federal, de Navirai-MS.

Assim, fica evidente para nós, que a própria ação da Justiça Federal gera e aumenta as violências contra as nossas vidas, ignorando os nossos direitos de sobreviver à margem do rio Hovy e próximo de nosso território tradicional Pyelito Kue/Mbarakay. Entendemos claramente que esta decisão da Justiça Federal de Navirai-MS é parte da ação de genocídio e extermínio histórico ao povo indígena, nativo e autóctone do Mato Grosso do Sul, isto é, a própria ação da Justiça Federal está violentando e exterminado e as nossas vidas. Queremos deixar evidente ao Governo e Justiça Federal que por fim, já perdemos a esperança de sobreviver dignamente e sem violência em nosso território antigo, não acreditamos mais na Justiça brasileira. A quem vamos denunciar as violências praticadas contra nossas vidas? Para qual Justiça do Brasil? Se a própria Justiça Federal está gerando e alimentando violências contra nós.  Nós já avaliamos a nossa situação atual e concluímos que vamos morrer todos mesmo em pouco tempo, não temos e nem teremos perspectiva de vida digna e justa tanto aqui na margem do rio quanto longe daqui. Estamos aqui acampados a 50 metros do rio Hovy onde já ocorreram quatro mortes, sendo duas por meio de suicídio e duas em decorrência de espancamento e tortura de pistoleiros das fazendas.

Moramos na margem do rio Hovy há mais de um ano e estamos sem nenhuma assistência, isolados, cercado de pistoleiros e resistimos até hoje. Comemos comida uma vez por dia. Passamos tudo isso para recuperar o nosso território antigo Pyleito Kue/Mbarakay. De fato, sabemos muito bem que no centro desse nosso território antigo estão enterrados vários os nossos avôs, avós, bisavôs e bisavós, ali estão os cemitérios de todos nossos antepassados.

Cientes desse fato histórico, nós já vamos e queremos ser mortos e enterrados junto aos nossos antepassados aqui mesmo onde estamos hoje, por isso, pedimos ao Governo e Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos para decretar a nossa morte coletiva e para enterrar nós todos aqui.

Pedimos, de uma vez por todas, para decretar a nossa dizimação e extinção total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para  jogar e enterrar os nossos corpos. Esse é nosso pedido aos juízes federais. Já aguardamos esta decisão da Justiça Federal. Decretem a nossa morte coletiva Guarani e Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay e enterrem-nos aqui. Visto que decidimos integralmente a não sairmos daqui com vida e nem mortos.

Sabemos que não temos mais chance em sobreviver dignamente aqui em nosso território antigo, já sofremos muito e estamos todos massacrados e morrendo em ritmo acelerado. Sabemos que seremos expulsos daqui da margem do rio pela Justiça, porém não vamos sair da margem do rio. Como um povo nativo e indígena histórico, decidimos meramente em sermos mortos coletivamente aqui. Não temos outra opção esta é a nossa última decisão unânime diante do despacho da Justiça Federal de Navirai-MS.     

Atenciosamente, Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay

Fonte: www.cimi.org.br

Salve Dilma! Aqueles que irão morrer te saúdam

sábado, 20 de outubro de 2012

Michel Löwy debate Desenvolvimento e Revolução na América Latina





O Colóquio "Desenvolvimento e Revolução na América Latina" traz pela primeira vez a São Luís o renomado pesquisador Michel Lowy.

Michael Löwy é um pensador marxista brasileiro radicado na França, onde trabalha como diretor de pesquisas do Centro Nacional de Pesquisa Científica. É um relevante estudioso do marxismo, com pesquisas sobre as obras de Karl MarxLeon TrótskiRosa LuxemburgoGeorg LukácsLucien Goldmann e Walter Benjamin.

O Colóquio acontece  nos dias 23 e 24 de outubro de 2012, a partir das 17h30min, no Auditório Setorial do Centro de Ciências Humanas da UFMA (campus do Bacanga). 

Inscrições são gratuitas (em coerência com a concepção de uma universidade pública, gratuita e de qualidade), e podem ser feitas até o dia 22 de outubro, pelo email observatorio.ppufma@gmail.com

O Colóquio é promovido pelo Observatório de Políticas Públicas e Lutas Sociais, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas (PGPP) da UFMA, Núcleo Regional da Escola Nacional Florestan Fernandes e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Autor de diversas obras, Lowy lançará em São Luís seu livro "A teoria da revolução no jovem Marx". Ele fará conferências sobre "A teoria do desenvolvimento desigual e combinado" e "Cuba e os processos revolucionários na América Latina". 

Abaixo, a programação do seminário:

Programação - Dia 23/10/2012 às 17h30

Conferência "A teoria da revolução no jovem Marx"

Programação - Dia 24/10/2012 às 17h30

Conferência "Cuba e os processos revolucionários na América Latina"

Após a conferência
Lançamento dos livros "A teoria da revolução no jovem Marx" (Editora Boitempo), de Michel Löwy, e "Crise do capital, lutas sociais e políticas públicas" (Editora Xamã), coordenado pelas professoras Joana A. Coutinho (Departamento de Ciências Sociais)  e Josefa Batista Lopes (Departamento de Serviço Social) - ambas coordenadoras do Observatório de Políticas Públicas e Lutas Sociais.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Uma em cada oito pessoas no mundo passa fome, diz ONU | Jornal Correio do Brasil

Uma em cada oito pessoas no mundo passa fome, diz ONU | Jornal Correio do Brasil

Nova ocupação paralisa obras da Usina de Belo Monte | Jornal Correio do Brasil

Nova ocupação paralisa obras da Usina de Belo Monte | Jornal Correio do Brasil

Seminário "Orçamento, Dívida Pública e Crise Capitalista"


O Seminário "Orçamento, Dívida Pública e Crise Capitalista" acontece  nos dias 17 e 18 de outubro de 2012. Ocorrerá, a partir das 17h, no auditório A do Centro de Ciências Humanas da UFMA (campus do Bacanga). 

Inscrições, gratuitas (em consonância com a concepção da defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade), podem ser feitas até o dia 15 de outubro, pelo email    observatorio.ppufma@gmail.com.

O seminário é promovido pelo Observatório de Políticas Públicas e Lutas Sociais, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas (PGPP) da UFMA, e tem o apoio da CAPES e da FAPEMA.

Será um espaço de debate sobre a temática e comunicação da pesquisa realizada pelo Observatório sobre "Orçamento e Políticas Públicas no Maranhão: a execução orçamentária a partir da Constituição Federal de 1988 e as políticas de Educação e Saúde", sob a coordenação dos professores José Menezes Gomes (Economia/UFMA) e Liberata Campos Coimbra (Enfermagem/UFMA).

O Observatório de Políticas Públicas e Lutas Sociais é coordenado pelas professoras Josefa Batista Lopes (Serviço Social/UFMA) e Joana Coutinho (Ciências Sociais/UFMA).

Abaixo, a programação do seminário:

Programação - Dia 17/10/2012

17h
Abertura do evento
Coordenação: Josefa Batista Lopes (Observatório de Políticas Públicas e Lutas Sociais)

17h30min
Conferência "A Execução Orçamentária e as Políticas Públicas: de 1995 a 2011", com Maria Lúcia Fatorelli (Auditora Fiscal da Receita Federal), seguida de debate
Coordenação: José Menezes Gomes (Observatório de Políticas Públicas e Lutas Sociais)

Programação - Dia 18/10/2012

17h

Conferência "A dívida pública na reprodução do capital especulativo e o desenvolvimento capitalista", com Paulo Nakatani (UFES)
Coordenação: Franklin Douglas (Observatório de Políticas Públicas e Lutas Sociais)
18h
Mesa de apresentação dos resultados da pesquisa "Orçamento e Políticas Públicas no Maranhão: a execução orçamentária a partir da Constituição Federal de 1988 e as políticas de Educação e Saúde", com José Menezes Gomes (Economia/UFMA) e Liberata Campos Coimbra (Enfermagem/UFMA)
Coordenação: Joana A. Coutinho (Observatório de Políticas Públicas e Lutas Sociais)


19h30min
Conferência de encerramento "Lutas em defesa da Saúde Pública", com Valéria Costa Correira (UFAL)
Coordenação: Cristiana Costa Lima (Observatório de Políticas Públicas e Lutas Sociais)