Caríssim@s,
Há algum tempo, desejava falar com
vocês. Recebo convites para depoimentos e entrevistas. Aqui faço uma síntese.
Acompanho
com interesse o Movimento Estudantil (ME) na UFMA. Especialmente, no Serviço
Social, de onde vim.
Em 1980, restabelecemos a representação dos estudantes,
com as primeiras eleições diretas pós-ditadura militar e honrosamente assumi a Secretaria
Geral da 1ª Diretoria do Diretório Acadêmico (DA) "8 de março" (hoje Centro
Acadêmico - CASS).
Ano passado, representei esta Diretoria na homenagem pelos
60 anos do SS no Maranhão. Mais uma vez, vi-me envolvida pela atmosfera que
somente aqueles que vivenciam o ME podem sentir. O que sou, profissional e
pessoalmente, tem a marca profunda dos intensos anos vividos nos corredores e
salas do Campus.
A militância estudantil, firmada na defesa dos interesses da educação
pública, gratuita e de qualidade para tod@s, não se limitava exclusivamente aos
interesses estudantis.
Ultrapassou os muros do Campus e aliou-se às lutas
contra os altos preços dos produtos básicos, pela reforma agrária, por salários
justos para os trabalhadores e pelo direito à saúde.
Compreendíamos que não era
suficiente aprender que nossa "clientela" seriam os mais pobres.
Aprendemos que devíamos nos aliar à luta desses mais pobres para contribuir na
transformação de suas realidades de vida.
Muitos de nós, eu mesma, fomos/somos
militantes sindicais e partidários; assumimos postos de comando no nosso Estado
e cidade, nos poderes executivo, legislativo e judiciário; muit@s foram/são
professores universitários e, seguramente, fizeram/fazem a diferença.
E
continuamos a luta pela emancipação dos trabalhadores, cada vez mais com sua
vida desvalorizada.
As lutas, muitas delas, continuam as mesmas, com novos
contornos, mas muitas conquistas alcançamos e, se hoje, muitos dos atuais
estudantes afastam-se de suas entidades estudantis ou creem que devem se
limitar aos muros do Campus, certamente, um olhar para a nossa história fará bem a tod@s.
Um
profissional não se forma aprendendo apenas na sala de aula. O mundo e a vida
são bem maiores e o ME na Universidade permite ampliar os horizontes.
Os
profissionais que encontrei em minha trajetória que viveram o ME têm uma atuação
destacada na sociedade, na construção de nossa profissão e na luta por uma
sociedade igualitária.
O ME no Serviço Social da UFMA tem uma história que nos
honra a tod@s!
Que possamos contribuir, cada um de nós, para que continue a nos honrar, tornando-nos profissionais comprometidos com a vida e a vida em abundância.
Escrevo em maio, quando
celebramos o Dia do Assistente Social,
neste ano de 2014, dos 50 anos do Golpe Militar no Brasil,
em honra de tod@s os estudantes e trabalhadores que lutaram e lutam
pela transformação social
Rita Luna Moraes, militante estudantil e Assistente Social formada no ME da UFMA