Um "cadinho" de mim

São Luís, Maranhão, Brazil
Rita Luna Moraes Assistente Social e Bacharel em Direito. Servidora pública federal aposentada.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Pra não dizer que não falei do “Casamento do Século” ou "Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás."

Já passou da medida, penso eu, o destaque dado às notícias do casamento do príncipe com a plebeia.
Tantos são os detalhes que a realeza inglesa imprime ao “evento do século”, que, mesmo que eu já não suporte mais ver/ouvir/ler/assistir, estamos todos, desde o anúncio do noivado, submetidos à pauta que as mídias nos impõem.
Pergunto-me em que este evento vai mudar nossas vidas?
E não vai daqui nenhuma ojeriza a casamentos ou festas. Se forem de algum familiar ou amigo próximo até eu vou...
Mas, sinceramente, devemos refletir por que nos fazem achar que é tão importante saber como vai ser o vestido da noiva? Ou “com que roupa” vai o noivo: de fraque, cartola ou de uniforme de gala do exército inglês?
Ainda ouvi um jornalista da TV Globo dizendo que nesta sexta-feira vamos nos esquecer de nossos problemas para “vivermos um conto de fadas”.
Como esquecer os bebês jogados no lixo e nos banheiros de hospitais?
Como esquecer o massacre de civis que ocorre na Síria?
Como esquecer os alagamentos no Rio de Janeiro?
Como esquecer os últimos tornados nos Estados Unidos?
Como esquecer as mortes de crianças e adolescentes em Realengo?
Como esquecer o tsunami no Japão?
Quem ainda se lembra do terremoto no Haiti?
Quem ainda se lembra das enchentes em São Paulo?
Quem ainda se lembra das mortes na luta contra o ditador Kadafi?
Quem ainda se lembra das vítimas de intolerância religiosa, política ou sexual?
Quem ainda se lembra das enchentes nas cidades maranhenses?
Quem ainda se lembra do abandono de nosso Centro Histórico?
Disse ainda o mesmo jornalista que devemos acordar cedo para assistir, desde o início, a transmissão de todo o evento, com os comentários de convidados especiais.
(Ainda bem que não acordo cedo por qualquer coisa, ou ainda, pra me verem acordar cedo o motivo tem que ser muito “nobre”...)
Caríssimos, enquanto a plebeia torna-se princesa, vivemos nós aqui, a lembrar de nossa “pequenez”, traduzida não na ausência de nobreza, mas na presença da real dimensão humana, que a cada dia revela sua face mais cruel e destrutiva.
Vamos acordar para a greve dos professores estaduais!
Vamos acordar para a violência no campo e na cidade!
Vamos acordar para a situação caótica de nossos presídios!
Vamos acordar para a grave contaminação de nossos lençóis freáticos!
Vamos acordar para condenar todas as formas de intolerância!
Vamos acordar para a calamidade em que se encontra a assistência à saúde!
"Hay que endurecersepero sin perder la ternura jamás."  A face bela do ser humano...
Acordar para ver o sol brilhando sobre o mar na Ponte do São Francisco!
Acordar para ver o sorriso das crianças indo pra escola!
Acordar para ver uma avó fazendo sua caminhada!
Acordar para brincar com seus cachorros de estimação!
Acordar para ver pessoas que não se conhecem se desejarem “bom dia”!
Acordar para a paciência nos momentos de estresse, como os engarrafamentos e as filas bancárias!
Viver a rebeldia e a alegria de buscar um mundo melhor, sem distinções entre a nobreza e a plebe.
Em que a igualdade não seja apenas um artigo da Constituição Federal Brasileira e da Declaração Universal dos Direitos Humanos!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Homenagem póstuma ao Dr. Jackson Kepler Lago

(Abro este espaço para a "Carta" de uma amiga)


Querido Dr. Jackson Lago,



Dedico a você nossa gratidão nestas palavras, pois com certeza muitos assim desejariam fazer.

Seus amigos sempre estarão louvando e agradecendo pelo legado histórico da Missão de Paz que você nos contemplou, cuja história também fez parte da sua vida. 

Aqui ficamos relembrando passagens belíssimas daquela jornada, fatos diversos que você registrou, com tanta competência. 

Sua vida, sua dedicação e luta objetivando o resgate histórico do Maranhão, Dr. Jackson, ficarão marcados para sempre em nossos pensamentos. Baseados em seus ensinamentos estamos tentando fazer nossa parte, já que a sua, você realizou com primor e esplêndida competência.

Escolheu o dia 04/04/2011 que somados dão o número 12 para sair da cena material do mundo e saiu. Esperou um dia em que nossos corações já haviam sido testados, o batimento cardíaco já tinha sido ajustado, o sorriso se desenferrujara, o canal das lágrimas fora lubrificado... Você um trabalhador cinco estrelas escolhendo o número 12 para receber o diploma terreno de cumprimento do dever. 

Em meio à expectativa de sua recuperação que todos seus amigos almejavam, você iniciou uma festa espiritual e acredito que mesmo nesta saída estratégica você não tenha noção do significado de tristeza desse dia para os nossos corações. 

Em sua sincera humildade você não imaginava o tamanho da estima que sempre sentimos por você.

Dr. Jackson Lago,   você prossegue sua jornada, é verdade. Como é verdade que, coroando uma vida de esforço, denodo e dedicação, você foi recebido pelo Divino Mestre, agradecendo-lhe o trabalho bem feito e a recomendação constante a todos para que jamais se esqueçam d'Ele, Nosso Grande e Celeste Amigo. Afinal, a vida não para, é eterna e todos estamos destinados ao bem e ao amor que emanam de Deus.

Deus o ilumine na nova etapa de sua jornada, Jesus Cristo o inspire nas novas incumbências, que serão muitas devido sua capacidade e o momento que vivemos de renovação do planeta. 

E por aqui, mesmo que você não queira ser tão lembrado, o será sempre.

Ah!, um pedido, Já que você está colhendo a luminosa e gigantesca lavoura que plantou, mande para nós inspirações para que consigamos ao menos não comprometer nossa singela horta, mas que é semeada e regada com amor, com o amor que você nos legou e ajudou a cultivar na terra ainda árida de nossos corações, operário do Cristo. 

Você é um homem mil estrelas, pois os que se devotam com vigor e sacrifício à causa do Divino Mestre que é olhar pelo Povo alcançam toda a abóbada celestial, onde constelações inteiras de 
mensageiros abraçam os servidores que retornam.

Vá, Dr. Jackson Lago, siga seu caminho, permita-me acrescentar outro título, além de Guerreiro chamá-lo-ei de Apóstolo da Paz, pois os que abraçam o espírito de amor ao próximo e de companheirismo como você o fez com tamanho fervor e cumprem o dever Cristão trazem na alma a compreensão da grandeza da obra divina.

Terminarei com sua frase de grandeza e humildade:
"Lutei, venci e guardei sempre a fé em Deus, por quem serei julgado".

Fátima Frazão
05/04/2011

segunda-feira, 4 de abril de 2011

JACKSON LAGO: A perda de uma referëncia política

Perde o nosso Estado uma de suas figuras políticas mais importantes.


O Dr. Jackson Lago, Prefeito de nossa cidade por 3 mandatos e Governador do Estado por 2 anos e 4 meses, terá sua história política marcada para sempre como um homem público que, superando problemas de saúde, assumiu a luta pela transformação das condições de vida da maioria de nossa população.


Encontro-me muito emocionada e solidarizo-me com Dra.Clay e demais familiares. Tive algumas oportunidades de convivëncia pessoal, nas muitas reuniões de seu Governo participativo.


Que as futuras gerações possam se espelhar em seu exemplo, aprendendo com os erros de suas administrações públicas (a maior parte deles de responsabilidade de correligionários e colaboradores), mas, sobretudo, com os inúmeros exemplos de acertos de que "um outro Maranhão é possível".


Sem dúvida, ficará mais difícil com a sua ausência, mas a luta continua!
Com certeza, esse era o seu desejo: De que continuemos sua luta por um mundo melhor!

‘O Dia que durou 21 anos’ sobre o Golpe Militar de 1964 estreia na TV Brasil

Série de 3 episódios revela imagens e depoimentos históricos





Robert Bentley, assistente de embaixador Lincoln Gordon, dá depoimento exclusivo
Robert Bentley, assistente de embaixador Lincoln Gordon, dá depoimento exclusivo
Os que viveram a ditadura militar brasileira, os que passaram por ela em brancas nuvens e os que nasceram depois que ela acabou. Todos podem conhecer melhor e refletir sobre esse período, a partir da nova série “O Dia que durou 21 anos”, que a TV Brasil exibe nos dias 4, 5 e 6 de abril, às 22 h.
Em clima de suspense e ação, o documentário apresenta, em três episódios de 26 minutos cada, os bastidores da participação do governo dos Estados Unidos no golpe militar de 1964 que durou até 1985 e instaurou a ditadura no Brasil. Pela primeira vez na televisão, documentos do arquivo norte-americano, classificados durante 46 anos como Top Secret, serão expostos ao público. Textos de telegramas, áudio de conversas telefônicas, depoimentos contundentes e imagens inéditas fazem parte dessa série iconográfica, narrada pelo jornalista Flávio Tavares.
O mundo vivia a Guerra Fria quando os Estados Unidos começaram a arquitetar o golpe  para derrubar o governo de João Goulart. As primeiras ações surgem em 1962, pelo então presidente John Kennedy. Os fatos vão se descortinando, através de relatos de políticos, militares, historiadores, diplomatas e estudiosos dos dois países. Depois do assassinato de Kennedy, em novembro de 1963, o texano Lyndon Johnson assume o governo e mantém a estratégia de remover Jango, apelido de Goulart. O temor de que o país se alinharia ao comunismo e influenciaria outros países da América Latina, contrariando assim os interesses dos Estados Unidos, reforçaram os movimentos pró-golpe.
Peter Korneluh - O Dia que durou 21 anos
Peter Korneluh
A série mostra como os Estados Unidos agiram para planejar e criar as condições para o golpe da madrugada de 31 de março. E, depois, para sustentar e reconhecer o regime militar do governo do marechal Humberto Castelo Branco. Envergando uma roupa civil, ele assume o poder em 15 de abril. Castelo era chefe do Estado Maior do Exército de Jango.
O governo norte-americano estava preparado para intervir militarmente, mas não foi necessário, como ressaltam historiadores e militares. O general Ivan Cavalcanti Proença, oficial da guarda presidencial, resume: “Lamento que foi um golpe fácil demais. Ninguém assumiu o comando revolucionário”.
Do Brasil, duas autoridades americanas foram peças-chaves para bloquear as ações de Goulart e apoiar Castelo Branco: o embaixador dos Estados Unidos, Lincoln Gordon; e  o general Vernon Walters, adido militar e que já conhecia Castelo Branco. As cartas e o áudio dos diálogos de Gordon com o primeiro escalão do governo americano são expostas. Entre os interlocutores, o presidente Lyndon Johnson, Dean Rusk (secretário de Estado), Robert McNamara (Defesa). Além de conversas telefônicas de Johnson com George Reedy Dean Rusk; Thomas Mann (Subsecretário de Estado para Assuntos Interamericanos) e George Bundy, assessor de segurança nacional da Casa Branca, entre outros.
Foi uma das mais longas ditaduras da América Latina. O general Newton Cruz, que foi chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações (SNI) e ex-comandante militar do Planalto, conclui: “A revolução era para arrumar a casa. Ninguém passa 20 anos para arrumar uma Casa”.
Em 1967, quem assume o Planalto é o general Costa e Silva, então ministro da Guerra de Castelo. Da linha dura, seu governo consolida a repressão. As conseqüências deste período da ditadura, seus meandros políticos e ideológicos estarão na tela. Mortes, torturas, assassinatos,  violação de direitos democráticos e prisões arbitrárias fazem parte desse período dramático da história.
O jornalista Flávio Tavares, participou da luta armada, foi preso, torturado e exilado político. Através da série, dirigida por seu filho Camilo Tavares, ele explora suas vivências e lembranças. E mais: abre uma nova oportunidade de reflexão sobre o passado.
O Dia que durou 21 anos é uma coprodução da TV Brasil com a Pequi Filmes, com direção de Camilo Tavares. Roteiro e entrevistas de Flávio e Camilo.

Plínio de Arruda Sampaio
Plínio de Arruda Sampaio
Primeiro Episódio:
As ações do embaixador dos Estados Unidos, Lincoln Gordon, ainda no governo Kennedy, são expostas neste primeiro capítulo. O discurso do presidente João Goulart pregando reformas sociais torna-se uma ameaça e é interpretado pelos militares como uma provocação. Nos quartéis temia-se uma movimentação de esquerda e a adoção do comunismo, que poderia se espalhar por outros países latinos. Entrevistas e reportagens da CBS são reproduzidas, bem como diálogos entre Gordon e Kennedy.
O documentário expõe a efervescência da sociedade brasileira naquele período. Para evitar que Goulart chegasse forte às eleições de 1965, foi criado o IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática), que teria dado cobertura às ações dos Estudos Unidos para derrubar João Goulart.
Segundo Episódio:
Cenas da morte de John Kennedy e a posse de Lyndon Johnson abrem este capítulo, dando sequência à estratégia dos Estados Unidos de impedir ao que o ex-presidente americano chamou de “um outro regime comunista no hemisfério ocidental”. “Vamos ficar em cima de Goulart e nos expor se for preciso”, diria Jonhson.
Imagens focam no discurso de Jango na Central do Brasil, em 13 de março de 1964,  que foi considerado uma provocação pelos arquitetos do golpe. Os americanos já preparavam o esquema, enviando suas forças militares para o “controle das massas”, como se refere um dos entrevistados. Paralelamente, articulações para levar Castelo Branco ao poder estavam sendo engendradas.
As forças americanas não precisaram entrar em campo. João Goulart pegou o avião, foi para Brasília e depois para o sul do país. Por que Jango não reagiu”? É uma questão posta na tela. O general Cavalcanti, oficial da guarda presidencial, resume: “Lamento que foi um golpe fácil demais. Ninguém assumiu o comando revolucionário”.
Os Estados Unidos estavam mobilizados para, em caso de resistência, fazer a intervenção militar pela costa e assim ajudar os militares.  As correspondências de Lincoln Gordon com o primeiro escalão da Casa Branca são mostradas ao público, explorando as ações secretas junto às Forças Armadas, a reação da imprensa e dos grupos católicos no Brasil. Os Estados Unidos reconhecem o novo governo e imagens da vitória e manifestações de rua entram em cenas.

James Green
James Green
Terceiro Episódio:
O cargo de presidente é declarado vago pelo presidente do Senado, Auro Moura de Andrade. O presidente da Câmara, Ranieri Mazzilli, é empossado.
No dia 15 de abril, o chefe das Forças Armadas, marechal Castelo Branco, toma posse.
Castelo tinha relações amistosas com Vernon Walters, adido da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Depois de suas conversas com Castelo, ele se ocupava em enviar telegramas para os Estados Unidos, relatando o teor da conversa.  Os textos dos telegramas são revelados no episódio.
O governo Castelo Branco recrudesce e dá início aos atos institucionais. O de número 2 extingue os partidos políticos e torna as eleições indiretas. E mais: prorroga o seu mandato. Em 1967, ele é substituído pelo general Costa e Silva, da chamada linha dura do Exército. O AI 5 é decretado no ano seguinte, e o Brasil entra no caos, “O AI5 foi uma revolução dentro da revolução”, declara o general Newton Cruz.
A repressão e a tortura dominavam o país. Militares e estudiosos falam desse período. O brigadeiro Rui Moreira Lima, da Força Aérea Brasileira, declara: “Eu conheci um coronel, filho de um general, que veio de um curso de tortura no Panamá. Ele chegou e disse: agora estou tinindo na tortura, pega aí um cara pra eu torturar”.
Os Estados Unidos continuam em campo e Lincoln Gordon pede para o governo fortalecer ao máximo o regime militar brasileiro. O orçamento da embaixada cresce, como registra o historiador Carlos Fico, da UFRJ, um dos entrevistados de Flávio Tavares.

domingo, 3 de abril de 2011

Poesia para começar bem a semana

REINVENÇÃO
Cecília Meireles
A vida só é possível
reinventada.

Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas...
Ah! Tudo bolhas
que vêm de fundas piscinas
de ilusionismo... – mais nada.

Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.

Não te encontro, não te alcanço...
Só – no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só – na treva,
fico: recebida e dada.

Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

(Livro: Vaga Música)

Peixes morrem na UHE de Estreito

Peixes morrem na UHE de Estreito