Um "cadinho" de mim

São Luís, Maranhão, Brazil
Rita Luna Moraes Assistente Social e Bacharel em Direito. Servidora pública federal aposentada.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Hino Nacional Brasileiro a seis Pianos

Cerimônia de encerramento dos 5º Jogos Mundiais Militares, ocorridos no Rio de Janeiro, em julho.2011.


Hino Nacional em arranjo de Wagner Tiso a seis pianos:
  
Antonio Adolfo
Wagner Tiso
Arthur Moreira Lima
João Carlos de Assis Brasil
Nelson Ayres  
Amilton Godoy


Emocionante!

Hino Nacional Brasileiro

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Violência e ameaças aumentam a indignação dos acampados no INCRA do Maranhão

Três fatos ocorridos nas últimas horas aumentaram a indignação dos quilombolas, índios e sem-terra acampados no INCRA do Maranhão, desde o dia 25 de agosto.  Enquanto eles estão em São Luís - para exigir reformar agrária e denunciar as ameaças e mortes por conta de conflitos agrários - novos casos de violência estão ocorrendo, a cada instante, no interior do estado.
Ontem (sábado, 27/08) foram dados uma série de disparos contra a casa do quilombola Zé da Cruz, morador da comunidade Salgado, no município de Pirapemas.  A vítima vem sendo ameaçada por um latifundiário da região há bastante tempo. Por conta disso, um capataz prometeu ir a casa dele para “matar primeiro os porcos, depois o dono dos porcos”.  Ontem à tarde a primeira parte da promessa foi cumprida, com os porcos da casa de Zé da Cruz sendo mortos a tiros.
Trata-se de mais uma tentativa de intimidação. Segundo as organizações sociais que acompanham o caso, o problema está relacionado com uma área onde quilombolas vivem desde o século XIX e hoje disputam 1089 hectares com a família de Moises Sotero dos Reis, aliado e protegido de Roseana e do líder do seu governo na Assembléia, o deputado estadual Manoel Ribeiro (PTB-MA).
O segundo caso que agitou nas últimas horas os acampados no INCRA foi à notícia de que, neste momento, existem índios Awá Guajána região de Bom Jardim, que estão correndo risco de morte por conta da ação de madeireiros.  O problema está ocorrendo porque, uma força tarefa do Governo Federal (envolvendo IBAMA, FUNAI, Policia Rodoviária e Policia Federal) prendeu alguns desses exploradores da madeira. Como retaliação os madeireiros na região, acostumados a agir com a complacência do Estado, contrataram pistoleiros para matar os índios.
 E finalmente, para completar o fim de semana, na região Tocantina, a qualquer momento, a Polícia Militar do Estado poderá fazer um despejo no acampamento Salete Moreno, no município de Ribamar Fiquene, deixando várias famílias com crianças e idosos jogados na beira da estrada. Lá é um dos muitos locais do Maranhão onde o clima é muito tenso por conta do conflito de terra.  Além da PM, é comum e constante a presença dos pistoleiros que cercam e disparam tiros para intimidar os sem terra.
Todas estas notícias terminam por acirrar ainda mais os ânimos dos acampados no INCRA do Maranhão que aguardam, nesta semana, a vinda do Ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, para tratar dos sérios problemas relativos a conflitos e a luta pela terra no estado.
Os acampados também querem respostas concretas da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, Maria do Rosário. Em junho passado ela esteve no Maranhão, em reunião com os quilombolas, mas até hoje nada foi feito de concreto. Ficou tudo no discurso. Casos como o de Pirapemas e do acampamento Salete Moreno, estão na longa relação dos quase cem ameaçados, que foi entregue este ano aos governos federal e estadual. Eles constam, também, no Caderno de Conflitos no Campo publicado recentemente pela Comissão Pastoral da Terra (CPT). 

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Cora Coralina e suas sábias lições

Não te deixes destruir...
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.

Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.

domingo, 21 de agosto de 2011

Justiça terá que dar prioridade a processos que envolvam testemunhas ameaçadas


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 A mudança, proposta originalmente pelo Ministério da Justiça, altera a Lei 9.807/1999
Os processos que envolvem pessoas atendidas pelo Programa de Proteção a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas (Provita) terão tramitação prioritária na Justiça. A determinação está prevista em projeto de lei aprovado nesta terça-feira (16) pelo Senado, que segue para sanção presidencial.
A mudança, proposta originalmente pelo Ministério da Justiça, altera a Lei 9.807/1999, que trata da proteção de pessoas que sofrem ameaças por colaborar com a investigação e o processo criminal. Com a nova redação da lei, a Justiça terá que agilizar o andamento das ações que tenham réus, vítimas ou testemunhas protegidas pelo programa federal. Os depoimentos dessas testemunhas também terão que ser tomados antecipadamente, de forma prioritária.
De acordo com o secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Marivaldo Pereira, a demora no julgamento dos processos acaba expondo as testemunhas a ameaças dos criminosos denunciados e desestimulam a permanência no programa. “A agilidade é importante para assegurar a punição, mas também para que pessoa volte a ter vida normal o mais rápido possível. Muitas vezes as medidas de proteção implicam em mudança total do local de convívio. Se o processo demora muito tempo, a pessoa tende a querer restabelecer contato e corre riscos”.
Desde a criação do programa, cerca de 10 mil pessoas foram atendidas em todo o país, de acordo com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Atualmente, 1,5 mil pessoas estão sob o Provita.
As informações são da Agência Brasil.
 

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

ONU condena Brasil por morte de grávida

17/08/2011 - 08h31

São Paulo - O Brasil foi condenado pela Organização das Nações Unidas (ONU) por violar direitos humanos de grávidas. A determinação foi divulgada ontem pelo Comitê para Eliminação da Discriminação contra Mulheres (Cedaw, sigla em inglês). 

O caso que levou a essa decisão é o da brasileira Alyne Silva Pimentel, de 28 anos, moradora da Baixada Fluminense (RJ). Ela morreu em novembro de 2002, no sexto mês de gestação, cinco dias após dar entrada em um hospital público com sinais de gravidez de alto risco não receber atendimento apropriado.

?A Justiça no Brasil nunca deu resposta. O caso chegou à ONU em 2007 e hoje saiu a decisão. O resultado é uma vitória do Brasil e do mundo, já que é o primeiro caso de mortalidade materna analisado internacionalmente?, explica Lílian Sepúlveda, vice-diretora do Center for Reproductive Rights, organização que promove os direitos reprodutivos das mulheres no mundo e levou o caso ao Comitê da ONU.

A decisão estabelece que o governo brasileiro deve indenizar a família de Alyne, além de garantir o direito das mulheres aos cuidados obstetrícios de emergência, oferecer formação profissional adequada aos profissionais da saúde e punir aqueles que violarem os direitos reprodutivos das mulheres. 

Ainda não foi divulgado o valor da indenização nem o prazo para pagamento. 

Óbitos

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), apesar de ter reduzido a taxa de mortalidade materna na última década, o Brasil ainda é responsável por cerca de 20% das mortes de grávidas que ocorrem todos os anos na América Latina e no Caribe. Brasileiras afrodescendentes, indígenas e mulheres solteiras vivendo nas regiões mais pobres são proporcionalmente as mais afetadas pela mortalidade materna.

Em nota, o Ministério da Saúde afirma que o programa Rede Cegonha, lançado em março deste ano com um investimento de R$ 9,4 bilhões, vai ditar ações estratégicas para qualificar uma rede de assistência obstétrica. O objetivo é que a mulher receba assistência integral desde a confirmação da gravidez e até o segundo ano de vida do filho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
AE

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Lutas: São Luís - Das vítimas de "boas" intenções

Sobre o despejo de famílias na Ilhinha.  Por Odival Quaresma.
Comentário no Blogue: http://lutas-saoluis.blogspot.com/

Muito bom seu artigo. Vou repercutir no meu blogue. Também me interessa a questão da moradia e ambiente em nossa terra. 
Saudações, Rita Moraes.


Clique no link abaixo, pois além do texto há um vídeo.



Das vítimas de "boas" intenções: "'As vítimas de boas intenções continuam sendo 'vítimas'' diz Trevor Karsdale em seu ensaio The Pain of Reason [1] . Esta citação ressoava em..."

Projeto do governo revela impactos e erros técnicos da Via Expressa que a propaganda oficial esconde

FONTE: JORNAL PEQUENO
14 de agosto de 2011 às 10:35
O debate sobre a Via Expressa não chegou à população. Melhor dizendo, a população está entorpecida pela propaganda oficial que dá à obra o desenho que lhe interessa e a utilidade que lhe convém. O certo para o Governo do Estado é que a Via Expressa é fato consumado. Em exatos 7.370 metros de extensão, serão jogados mais de R$ 105 milhões, e se constituirá em um presente à cidade que ano que vem celebra 400 anos de fundação. Não trará impacto ambiental negativo algum. Nem comunidades densamente habitadas serão removidas, muito menos demolidos sítios arqueológicos. A estadualização da Via Expressa, graça da dócil maioria da Assembleia Legislativa do Estado, subtrai do Município o disciplinamento do uso do solo urbano e outras prerrogativas que protegeriam a cidade do insaciável desejo destruidor de obras de fachada e cosméticas como a anunciada Via Expressa.
O debate precisa chegar à população. Excetuando-se as audiências públicas convocadas pela Câmara Municipal de São Luís e Assembleia Legislativa, praticamente inexiste discussão sobre o empreendimento que, com certeza, provocará previsíveis danos. É lamentável, porém, que movimentos sociais, em especial os identificados com as causas ambientais, sociais e humanas, permaneçam indiferentes, alimentando preconceitos contra gestões tucanas, como a que atualmente administra São Luís.
Felizmente, começam a ser produzidas informações que se contrapõem à propaganda oficial. Recebemos de um grupo de técnicos das mais diversas especialidades, um relatório que contribui para se entender o que a propaganda encobre. O documento foi elaborado a partir do único projeto apresentado pelo governo do Estado e que está reproduzido na propaganda oficial.
O projeto do governo do Estado para receber a Certidão de Uso e Ocupação do Solo foi protocolado no dia 17 de julho, conforme afirmam autoridades municipais. Alguns aspectos que devem ser levados em conta.
De shopping a shopping – A Via Expressa interligaria a Avenida Carlos Cunha (na altura do Shopping Jaracati) à Avenida Daniel de La Touche (onde está sendo construído um novo shopping e em cima da Vila Maruim). Nas extremidades, seriam construídos encaixes (elevados).
Extensão exata – A exata extensão da Via seria de 7.370 metros e não os aproximados 10 quilômetros anunciados, que incluiriam recuperação asfáltica de bairros próximos.
Prazo de implantação – A propaganda anuncia para setembro de 2012 a inauguração da obra, mas o próprio projeto do governo do Estado prevê o prazo de cinco anos para sua conclusão. Seria realizada em três etapas. A primeira, compreendendo o trecho entre a Avenida Carlos Cunha e Cohafuma, teria 18 meses. A segunda etapa, que prevê o trecho Cohafuma-Recanto do Vinhais deveria ser executada em 24 meses. A etapa final, prevista para 18 meses, compreenderia o trecho Recanto do Vinhais-Avenida Daniel de La Touche. A construção dos encaixes (elevados) nas avenidas Carlos Cunha e Daniel de La Touche ocorriam nesta última etapa.
Ciclovias – A propaganda garante ciclovias, mas no projeto não seguem as normas e manuais. As ciclovias previstas no projeto não seguem as normas e manuais. Serão situadas entre a via de automóveis e calçadas de pedestres, constituindo-se um perigo. Além do mais, não está prevista a construção de ciclovias entre a Via Expressa e os bairros cortados por ela. Não haveria, portanto, ciclovia com acesso aos bairros.
Comunidades ameaçadas – A propaganda minimiza impactos ambientais e remanejamento de populações. Porém, o projeto omite que o encaixe da Via Expressa na Avenida Daniel de La Touche irá provocar a desapropriação e remoção de número elevado de residências da Vila Maruim.
A Via passaria pelo Vinhais Velho, área de sítio arqueológico e onde está situada a centenária Igreja de São João Batista, tombada pelo Decreto Estadual 9.652/84.
Impactos ambientais – O projeto de manejo ambiental não contém informações suficientes sobre os impactos ambientais. Com relação à proteção à fauna, por exemplo, não há um comentário sequer sobre o resgate e monitoramento da fauna. Em obras como esta, é obrigatório o manejo das espécies locais.
Na Avenida Carlos Cunha está prevista a intervenção sobre lagoa natural e vegetação típica. O projeto não apresenta alternativa a um provável aterro hidráulico, o que provocaria graves danos ambientais.
Parte da Via insere-se na “Zona de Reserva Florestal-Sítio Santa Eulália”, classificada como área protegida pelo Plano Diretor de São Luís, sendo área de uso sustentável. O projeto omite esse dado.
Alguns aspectos do tráfego – A propaganda apresenta significativas melhorias do trânsito.
Com base no projeto da Via Expressa, os benefícios anunciados são de baixo impacto no trânsito da cidade, visto que esses benefícios são mais localizados do que sistêmicos.
O projeto está orçado em R$ 105 milhões. O custo/benefício no tráfego da Avenida Jerônimo de Albuquerque é baixo considerando o investimento. Intervenções na Avenida Luís Eduardo Magalhães (no Cohafuma), no começo da Avenida Antares (Recanto do Vinhais) e com a ampliação da ponte do Caratatíua (sentido Ipase-Alemanha) teriam impactos semelhantes com custos bem menores.
Os elevados das avenidas Carlos Cunha e Daniel de La Touche seriam construídos somente na terceira e última etapa. Ou seja, durante um período de, pelo menos, quatro anos, as interseções com essas duas avenidas seriam feitas com a construção de ramais, o que provocará mais um ponto de congestionamento e de trânsito lento, piorando a atual situação.
Espera-se que entidades da sociedade civil e o poder público provoquem a discussão ampla sobre o assunto merece. Cada esfera governamental tem prerrogativas e responsabilidades. É inadmissível, portanto, que a força de sobreponha à lei, que a arrogância mutile o bom senso e que a cidade e sua população paguem um preço tal alto para atender a caprichos de quem não se habitua a sobreviver em espaço efetivamente democrático.
*Jornalista

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Audiência Pública sobre moradia na Ilha de São Luís tem presença marcante da população


10/08/2011 - 21h23

Comunidades reivindicam regularização fundiária em São Luís

Assecom/Gab.Dep.Bira do Pindaré




A Assembleia Legislativa, por intermédio da União Estadual Por Moradia Popular e das comunidades prejudicadas pelas desapropriações de terra, atendendo a um requerimento do deputado Bira do Pindaré (PT), realizou na tarde desta quarta-feira (10), no auditório Fernando Falcão, a audiência pública: “Os direitos das comunidades e a regularização fundiária”.
Compuseram a mesa mediadora do debate, o vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, deputado Bira do Pindaré; o secretário de Cidades de São Luis, Antônio Galhardo, a representante da União Por Moradia Popular, Creusamar de Pinho, o representante da Prefeitura de São Luís, Walberg Gonçalves; Antônio Pedrosa representando a OAB; a Vereadora de São Luís Rose Sales (PC do B); o representante do prefeito da Raposa Naci Damasceno; o deputado Zé Carlos (PT); Alberto Tavares, da Defensoria Pública do Estado; Maria da Conceição, da Comunidade da Região Metropolitana, e Socorro Lindoso, do Iterma.
Uma mística abriu o evento. Na oportunidade, um vídeo retratando a realidade de famílias sendo desapropriadas foi apresentado e a situação de insegurança jurídica insustentável foi completamente repudiada pelas famílias. O deputado Bira do Pindaré destacou a importância da audiência e o direito à vida. “A vida tem que estar acima de tudo. O crescimento e o pseudo-desenvolvimento tem que respeitar os direitos humanos e os maranhenses”, destacou o parlamentar.
Todas as lideranças comunitárias das áreas atingidas pelas desapropriações de terras tiveram voz e contribuíram na construção do debate. Dona Anunciação falou em nome das famílias do Residencial Cajueiro, Vila do Povo, Carlos Augusto, Todos os Santos, Timbuba e Alto Paranã. “Estou nervosa e ameaçada de morte, contudo estou aqui e venho cobrar dos prefeitos da Ilha medidas eficazes para solucionarmos esta questão fundiária”, cobrou.
Jovelina do Juçaral e Benedito, da Vila Cafeteira, responsabilizaram a Prefeitura de São Luís e a Policia Militar pela violência física e psicológica nas desapropriações. “Nós precisamos de ajuda. As autoridades não podem deixar de lado os anseios das comunidades, produzimos alimentos. Todas 56 famílias da Vila Cafeteira produzem farinha de mandioca e vivem da terra”, ponderou Benedito.
Manaces da Vila Operária e Carlito Reis relataram as diferenças de tratamento que acontecem em São Luís. Carlito classificou esta audiência como a maior da história da Assembleia Legislativa do Maranhão, pois foi construída pelos próprios moradores. “Era para o Tribunal de Justiça e a PM estarem presentes hoje aqui. Este é um espaço efetivo e representante da cidadania maranhense”, cobrou Carlito.
O representante do Fórum de Regularização Fundiária da OAB, Rafael Silva, lembrou que a moradia é um direito e tem que ser assegurado. Ele também exigiu um prazo para as Prefeituras da Ilha apresentarem o projeto de regularização fundiária e cobrou a continuidade da luta pelos direitos fundamentais. A representante da comunidade da região metropolitana de São Luís, Maria da Conceição, repudiou a ausência da PM e dos demais deputados na audiência. Ela cobrou os direitos fundamentais das comunidades e garantiu que essa luta só irá crescer. “Eu quero uma resposta, quero saber os motivos da violência da PM em ações na Pindoba. Não aceitamos mais essas desapropriações forçadas”.
A professora Graça, da comunidade de Mojó, apresentou na audiência uma carta aberta às comunidades pela regularização fundiária. O texto aponta 14 reivindicações, entre elas a regularização das terras, inclusão de ameaçados de morte no Programa de Proteção a Testemunhas, pericia social das residências que seriam desapropriadas, direitos básicos garantidos na constituição e mais recursos do Ministério da Cidade para a regularização fundiária.
O deputado Bira encerrou a audiência agradecendo a presença de todas as autoridades e comunidades e destacou a grandiosidade da audiência pública. “Não tenho medo de gente, não tenho medo do povo e só com o povo podemos fazer o Maranhão melhor. Eu sei o que é isso, sei o que é não saber se você vai encontrar sua casa em pé. Aqui todos são vitoriosos, essa obra é de vocês, a luta está no caminho e nós venceremos. Não há no Maranhão possibilidade de desenvolvimento econômico sem regularização fundiária. Somos seres humanos e merecemos respeito. Vamos lutar e continuar na luta”, considerou.
Os encaminhamentos retirados da audiência são: utilização da carta aberta como documento de referência da luta fundiária; ampla divulgação desta carta; realização de audiências especificas com a Policia Militar e Tribunal de Justiça; criação do Dia Pela Luta da Regulamentação Fundiária a ser comemorado em 18 de novembro; manter a organização da luta; receber as comunidades que não falaram no dia 18, na reunião da Comissão de Direitos Humanos; estudar a criação da delegacia de regularização fundiária.



quarta-feira, 3 de agosto de 2011

CONTRA O TÍTULO DE CIDADÃO DE SÃO LUÍS A SILAS MALAFAIA

FÓRUM ESTADUAL DE ONGS LGBT

MANIFESTO

O MOVIMENTO ORGANIZADO LGBT DO ESTADO DO MARANHÃO, ATRAVÉS DO FÓRUM ESTADUAL DE ONGS LGBT, VEM A PÚBLICO MANIFESTAR SUA INDIGNAÇÃO CONTRA A VEREADORA ROSE SALES-PC DO B AO APRESENTAR ATRAVÉS DE UM PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO NA CÂMARA DE VEREADORES O TÍTULO DE CIDADÃO DE SÃO LUÍS AO PASTOR SILAS LIMA MALAFAIA, UNS DOS MAIORES DEFENSORES DA MANUTENÇÃO DA PRÁTICA HOMOFÓBICA NA SOCIEDADE BRASILEIRA.

CONSIDERANDO QUE O SENHOR SILAS MALAFAIA NÃO TEM NENHUM SERVIÇO RELEVANTE PRESTADO E RECONHECIDO NA CIDADE DE SÃO LUÍS, E QUE NUNCA CONTRIBUIU PARA O DESENVOLVIMENTO POLÍTICO, ECONÔMICO E SOCIAL DESTA CIDADE;

CONSIDERANDO QUE O SENHOR SILAS MALAFAIA DEFENDE A MANUTENÇÃO DA HOMOFOBIA NA SOCIEDADE BRASILEIRA NA MEDIDA EM QUE SE POSICIONA CONTRARIO A CRIMINALIZAÇÃO DA HOMOFOBIA NO NOSSO PAÍS, ATACANDO DIARIAMENTE ATRAVÉS DO SEU PROGRAMA MIDIÁTICO A NÃO APROVAÇÃO DO PROJETO DE LEI 122/2006 QUE CRIMINALIZA A HOMOFOBIA NESTE PAÍS.

CONSIDERANDO QUE O SENHOR SILAS MALAFAIA UTILIZA OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO COM PREGAÇÕES QUE INCITEM AO ÓDIO A POPULAÇÃO LGBT DESCONHECENDO O ESTADO DEMOCRATICO DE DIREITO E A GARANTIA DOS DIREITOS HUMANOS DESTE SEGMENTO.

CONSIDERANDO QUE O SENHOR SILAS MALAFAIA FAZ PARTE DE UMA MINORIA FUNDAMENTALISTA CRISTÃ QUE QUER IMPEDIR QUALQUER LEGISLAÇÃO QUE AVANCE NA GARANTIA DOS DIREITOS LGBT.

NESTE SENTIDO, CONSIDERANDO QUE O ESTADO BRASILEIRO É LAICO, E, PORTANTO, NENHUMA MANIFESTAÇÃO RELIGIOSA PODE SE SOBREPOR À ESFERA PÚBLICA É QUE NOS MANIFESTAMOS TOTALMENTE CONTRÁRIOS A ESSA ATITUDE DA VEREADORA ROSE SALES QUE AO UTILIZAR CARACTERÍSTICAS DE SETORES REACIONÁRIOS DA SOCIEDADE, SOBRETUDO EVANGÉLICOS NEO-PENTECOSTAIS, QUE SE ORGANIZAM PARTIDARIAMENTE E SE ELEGEM PARLAMENTARES, E ESSES PARLAMENTARES TORNAM-SE INDEPENDENTES DE SEU PARTIDO, PORTA-VOZES DE BANDEIRAS RELIGIOSAS, FAZENDO DE SUA ATIVIDADE PARLAMENTAR UMA EXTENSÃO DOS CONTEÚDOS PREGADOS NOS PÚLPITOS DOS SEUS TEMPLOS, FERINDO INCLUSIVE OS PRINCÍPIOS DEFENDIDOS PELOS SEUS PARTIDOS.

ENTREGA DO MANIFESTO: 08 de agosto, na Câmara Municipal de São Luís.

"Oração Latina" de Cesar Teixeira No show e nas lutas! Emocionante!

O recente show do poeta Cesar Teixeira, no último sábado (30.07), teve vários momentos de grande emoção. 

Um deles, foi, ao final, a música "Oração Latina" entoada pelo autor e por muitos dos que se fizeram presentes. Composição que marca as lutas contemporâneas por transformações sociais em nosso Estado. 

Não tendo o registro do show, valho-me do "oráculo em vídeo" (youtube), onde encontrei a interpretação histórica de Cesar no lançamento do Acampamento Balaiada (como ficou conhecida a resistência no Palácio dos Leões, quando da deposição do Governador Jackson Lago, de saudosa memória).

A música e o show de Cesar reafirmam as utopias!

Assista o vídeo abaixo e emocione-se ! 

Recomendo o texto do jornalista Zema Ribeiro sobre o show  de Cesar no blogue dele que está na seção ao lado BLOGUES. 


CÉSAR TEIXEIRA NO LANÇAMENTO DO ACAMPAMENTO BALAIADA

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Carta a uma amiga que terminou uma relação amorosa

Oi, meu anjo,

Lamento pelo desfecho de tua relação. Também pela forma (via fone). 

Penso que as relações amorosas que estabelecemos nesta vida merecem, sempre, mais que isto. 

Se puderes, chame para conversar, pessoalmente. Acredito que ninguém passa por nossas vidas, impunemente. Assim, devemos valorizar cada passagem e agradecer. Sei que no momento em que estamos sofrendo tudo nos parece um caos. Mas é nele (no caos), muitas vezes, que encontramos forças para a construção de caminhos melhores.

Sofra o que tiver de sofrer. Eu vivo o luto de minhas perdas intensamente. Vou ao fundo do poço e volto mais forte. Reconheço que não é um processo fácil e é até perigoso. Precisa treino, exercício e muita coragem. 
Mas vale a pena. Pelo menos comigo é assim.

Tua amiga continua aqui, à disposição para conversar. Use e abuse! 

Fiquei preocupada (e surpresa) de teres dito que não tens amigos. Se não tivesse meus amigos, a caminhada, certamente, seria muito, muito mais difícil. Procura aí, vai. Além de mim, deve ter algum bom amigo teu que pode te acompanhar nessa trajetória linda que fazes na vida.

AMIGOS SÃO TUDO DE BOM. OS AMORES PASSAM, MAS ELES ESTÃO SEMPRE LÁ. 

Que tenhas um dia tranquilo. Mesmo com o sofrimento da perda. Serenidade e lágrima podem sim andar juntas. Trabalhe, mas não fuja de tuas dores. Sinta-as, mas não te deixes dominar por elas. Mantenha-as sob teu controle. É claro, repito, que não é fácil. 
Mas, sabemos, vai passar. E, certamente, virão outros bons momentos.

Luz em teu caminho!

Um beijo. Rita.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Terrorista louro de olhos azuis - Um lúcido olhar de Frei Betto que pode nos fazer pensar

29.07.11 - Mundo
Fonte: www.adital.org.br 
Terrorista louro de olhos azuis 
Frei Betto
Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Marcelo Gleiser e Waldemar Falcão, de "Conversa sobre a fé e a ciência” (Agir), entre outros livros. http://www.freibetto.org/> twitter:@freibetto. (Um dos melhores livros que li sobre o tema!)

Preconceitos, como mentiras, nascem da falta de informação (ignorância) e excesso de repetição. Se pais de uma criança branca se referem em termos pejorativos a negros e indígenas, judeus e homossexuais, dificilmente a criança, quando adulta, escapará do preconceito.

A mídia usamericana incutiu no Ocidente o sofisma de que todo muçulmano é um terrorista em potencial. O que induziu o papa Bento XVI a cometer a gafe de declarar, na Alemanha, que o Islã é originariamente violento e, em sua primeira visita aos EUA, comparecer a uma sinagoga sem o cuidado de repetir o gesto numa mesquita.

Em qualquer aeroporto de países desenvolvidos um passageiro em trajes islâmicos ou cujos traços fisionômicos lembrem um saudita, com certeza será parado e meticulosamente revistado. Ali reside o perigo... alerta o preconceito infundido.

Ora, o terrorismo não foi inventado pelos fundamentalistas islâmicos. Dele foram vítimas os árabes atacados pelas Cruzadas e os 70 milhões de indígenas mortos na América Latina, no decorrer do século 16, em decorrência da colonização ibérica.

O maior atentado terrorista da história não foi a queda, em Nova York, das torres gêmeas, há 10 anos, e que causou a morte de 3 mil pessoas. Foi o praticado pelo governo dos EUA: as bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945. Morreram 242.437 mil civis, sem contar as mortes posteriores por efeito da contaminação.

Súbito, a pacata Noruega – tão pacata que, anualmente, concede o Prêmio Nobel da Paz – vê-se palco de dois atentados terroristas que deixam dezenas de mortos e muitos feridos. A imagem bucólica do país escandinavo é apenas aparente. Tropas norueguesas também intervêm no Afeganistão e deram apoio aos EUA na guerra do Iraque.

Tão logo a notícia correu mundo, a suspeita recaiu sobre os islâmicos. O duplo atentado, no gabinete do primeiro-ministro e na ilha de Utoeya, teria sido um revide ao assassinato de Bin Laden e às caricaturas de Maomé publicadas pela imprensa escandinava. O preconceito estava entranhado na lógica ocidental.

A verdade, ao vir à tona, constrangeu os preconceituosos. O autor do hediondo crime foi o jovem norueguês Anders Behring Breivik, 32 anos, branco, louro, de olhos azuis, adepto da fisicultura e dono de uma fazenda de produtos orgânicos. O tipo do sujeito que jamais levantaria suspeitas na alfândega dos EUA. Ele "é dos nossos”, diriam os policiais condicionados a suspeitar de quem não tem a pele suficientemente clara nem olhos azuis ou verdes.

Democracia é diversidade de opiniões. Mas o que o Ocidente sabe do conceito de terrorismo na cabeça de um vietnamita, iraquiano ou afegão? O que pensa um líbio sujeito a ser atingido por um míssil atirado pela OTAN sobre a população civil de seu país, como denunciou o núncio apostólico em Trípoli?

Anders é um típico escandinavo. Tem a aparência de príncipe. E alma de viking. É o que a mídia e a educação deveriam se perguntar: o que estamos incutindo na cabeça das pessoas? Ambições ou valores? Preconceitos ou princípios? Egocentrismo ou ética?

O ser humano é a alma que carrega. Amy Winehouse tinha apenas 27 anos, sucesso mundial como compositora e intérprete, e uma fortuna incalculável. Nada disso a fez uma mulher feliz. O que não encontrou em si ela buscou nas drogas e no álcool. Morreu prematuramente, solitária, em casa.

O que esperar de uma sociedade em que, entre cada 10 filmes, 8 exaltam a violência; o pai abraça o filho em público e os dois são agredidos como homossexuais; o motorista de um Porsche se choca a 150km por hora com uma jovem advogada que perece no acidente e ele continua solto; o político fica indignado com o bandido que assaltou a filha dele e, no entanto, mete a mão no dinheiro público e ainda estranha ao ser demitido?

Enquanto a diferença gerar divergência permaneceremos na pré-história do projeto civilizatório verdadeiramente humano.