Um "cadinho" de mim

São Luís, Maranhão, Brazil
Rita Luna Moraes Assistente Social e Bacharel em Direito. Servidora pública federal aposentada.

quarta-feira, 28 de março de 2012

"Começaria tudo outra vez", Gonzaguinha na voz de Bethânia


Texto de Millôr Fernandes: o L.I.V.R.O como um revolucionário conceito

Em tempos de tablet e ipad, vejamos o que há de mais revolucionário em matéria de tecnologia. (palavra de minha amiga Zaira ao indicar este texto)




Como homenagem ao genial Millôr Fernandes, nada melhor do que reproduzir um texto genial  de Millôr Fernandes.
L.I.V.R.O
 Millôr Fernandes: Um novo e revolucionário conceito de tecnologia de informação
Na deixa da virada do milênio, anuncia-se um revolucionário conceito de tecnologia de informação, chamado de Local de Informações Variadas, Reutilizáveis e Ordenadas – L.I.V.R.O.
L.I.V.R.O. representa um avanço fantástico na tecnologia. Não tem fios, circuitos elétricos, pilhas. Não necessita ser conectado a nada nem ligado. É tão fácil de usar que até uma criança pode operá-lo. Basta abri-lo!
Cada L.I.V.R.O. é formado por uma seqüência de páginas numeradas, feitas de papel reciclável e capazes de conter milhares de informações. As páginas são unidas por um sistema chamado lombada, que as mantêm automaticamente em sua seqüência correta.
Através do uso intensivo do recurso TPA – Tecnologia do Papel Opaco – permite-se que os fabricantes usem as duas faces da folha de papel. Isso possibilita duplicar a quantidade de dados inseridos e reduzir os seus custos pela metade!
Especialistas dividem-se quanto aos projetos de expansão da inserção de dados em cada unidade. É que, para se fazer L.I.V.R.O.s com mais informações, basta se usar mais páginas. Isso, porém, os torna mais grossos e mais difíceis de serem transportados, atraindo críticas dos adeptos da portabilidade do sistema.
Cada página do L.I.V.R.O. deve ser escaneada opticamente, e as informações transferidas diretamente para a CPU do usuário, em seu cérebro. Lembramos que quanto maior e mais complexa a informação a ser transmitida, maior deverá ser a capacidade de processamento do usuário.
Outra vantagem do sistema é que, quando em uso, um simples movimento de dedo permite o acesso instantâneo à próxima página. O L.I.V.R.O. pode ser rapidamente retomado a qualquer momento, bastando abri-lo. Ele nunca apresenta “ERRO GERAL DE PROTEÇÃO”, nem precisa ser reinicializado, embora se torne inutilizável caso caia no mar, por exemplo.
O comando “browse” permite fazer o acesso a qualquer página instantaneamente e avançar ou retroceder com muita facilidade. A maioria dos modelos à venda já vem com o equipamento “índice” instalado, o qual indica a localização exata de grupos de dados selecionados.
Um acessório opcional, o marca-páginas, permite que você faça um acesso ao L.I.V.R.O. exatamente no local em que o deixou na última utilização mesmo que ele esteja fechado. A compatibilidade dos marcadores de página é total, permitindo que funcionem em qualquer modelo ou marca de L.I.V.R.O. sem necessidade de configuração.
Além disso, qualquer L.I.V.R.O. suporta o uso simultâneo de vários marcadores de página, caso seu usuário deseje manter selecionados vários trechos ao mesmo tempo. A capacidade máxima para uso de marcadores coincide com o número de páginas.
Pode-se ainda personalizar o conteúdo do L.I.V.R.O. através de anotações em suas margens. Para isso, deve-se utilizar um periférico de Linguagem Apagável Portátil de Intercomunicação Simplificada – L.A.P.I.S. Portátil, durável e barato, o L.I.V.R.O. vem sendo apontado como o instrumento de entretenimento e cultura do futuro. Milhares de programadores desse sistema já disponibilizaram vários títulos e upgrades utilizando a plataforma L.I.V.R.O.
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“Um outro mundo é possível”
FONTE: http://www.luamansa.com/morrodobacobaco/?p=7866

Maior parte do mundo está interconectada por e-mail e rede social | Jornal Correio do Brasil

Maior parte do mundo está interconectada por e-mail e rede social | Jornal Correio do Brasil

Bancos oficiais pagam coquetel para juízes em São Paulo


28/03/2012 - 06h00


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FONTE: FOLHA DE SÃO PAULO
Hoje na FolhaA Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil pagarão as despesas de um evento festivo do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (SP e MS) na segunda-feira, no Theatro Municipal de São Paulo.
A informação está em reportagem de Frederico Vasconcelos, publicada na Folha desta quarta-feira (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Pelo evento, a Caixa desembolsará R$ 150 mil e o Banco do Brasil, R$ 75 mil.
O presidente da Ajufesp (Associação dos Juízes Federais de São Paulo e Mato Grosso do Sul), Ricardo Rezende, diz que o TRF-3 deveria ter verbas para solenidades "para não depender do auxílio de outras entidades" e que "a celebração da posse" é comum nas instâncias da República.
O TRF-3 informou que, como a posse ocorreu na véspera do Carnaval, optou por realizar o evento comemorativo em outro prédio, "sem dispêndio de recursos públicos".
Leia a reportagem completa na Folha desta quarta-feira, que já está nas bancas.

terça-feira, 27 de março de 2012

Caetano canta "Canto do Mundo"


MENSAGEM DE ANIVERSÁRIO

Por Gilberto de Freitas Ramos Jr.

CONHECEDOR DA EMOÇÃO DO MOMENTO RESOLVI ESCREVER, SABENDO QUE EU NÃO SEGURARIA AS LÁGRIMAS E ELAS TOMARIAM O LUGAR DAS PALAVRAS.

O SUCESSO DA COMEMORAÇÃO DE TEU ANIVERSÁRIO ESTÁ NA PARTICIPAÇÃO DE CADA UM, NÃO APENAS NESTE MOMENTO, MAS QUE SE FIZERAM PRESENTES NA VIDA DA NOSSA ESTRELA PRINCIPAL HOJE (RITA).

“TIA” , COMO COSTUMEIRAMENTE TE CHAMO, PODERIA SER AMIGA, MÃE, IRMÃ, MAS CERTAMENTE O RESULTADO SERIA O MESMO.

ESCREVER ALGO PARA TI NÃO É UMA TAREFA FÁCIL. PELO CONTRÁRIO, É DESAFIADORA E A MINHA PEQUENEZ AGORA TOMA LUGAR NO MEU PENSAMENTO. MAS, EM MOMENTO ALGUM, EU PODERIA ABSTER-ME DESTA OPORTUNIDADE DE MANIFESTAR MEUS SENTIMENTOS, PODERIA ATÉ DIZER QUE FALO POR MUITOS. NÃO SE PREOCUPEM EU NÃO VOU ME PROLONGAR.

50 ANOS, 5 DÉCADAS, ½ SÉCULO, E, COMO DIZ SUA MÃE: “BEM VIVIDOS”.

LÓGICO QUE EU NÃO CONSEGUIRIA FAZER ISTO SOZINHO: TIVE QUE RESGATAR DEFINIÇÕES (GRANDE CONTRIBUIÇÃO) DITAS POR PESSOAS ILUSTRES.

SEGUNDO LEONARDO DA VINCI “APRENDER É A ÚNICA COISA QUE A MENTE NUNCA SE CANSA, NUNCA TEM MEDO E NUNCA SE ARREPENDE”. NÃO VEJO NADA MAIS INSPIRADOR LEVANDO-SE EM CONTA O LEGADO DEIXADO POR ELE.

FERNANDO PESSOA DIZ SOBRE O VIVER QUE “TUDO NA VIDA VALE A PENA SE A ALMA NÃO É PEQUENA”. VIVA INTENSAMENTE E FAÇA A VIDA VALER A PENA.

PÍNDARO DIZ QUE “NINGUÉM É TÃO GRANDE QUE NÃO POSSA APRENDER, NEM TÃO PEQUENO QUE NÃO POSSA ENSINAR”. POUCAS COISAS SÃO TÃO GRATIFICANTES QUANTO SE SENTIR VALORIZADO PELO FATO DE DISSEMINAR CONHECIMENTO PARA QUEM PRECISA DELE.

KHALIL GIBRAN AFIRMA: “O AMOR É SUFICIENTE AO AMOR”. REPITO: “O AMOR É SUFICIENTE AO AMOR”.

SABEMOS QUE A MÚSICA CORRE NAS TUAS VEIAS E, PARA CONCLUIR, COMO DIZ NOSSA AMIGA GADÚ: “TODOS OS CAMINHOS TRILHAM PRA GENTE SE VER, TODAS AS TRILHAS CAMINHAM PRA GENTE SE ACHAR, VIU?”  E AINDA: “O QUE TEM QUE SER, VIGORA” (NÓS ACREDITAMOS NISSO).

OBRIGADO DEUS PELA EXISTÊNCIA DA AMIGA RITA.

OBRIGADO POR TUA AMIZADE.

TE AMO!!!

sexta-feira, 23 de março de 2012

CELEBRAR A VIDA

Neste dia, em que alcanço os 50 anos de vida, convido todos a CELEBRAR A VIDA!


Com o belo e o feio!
Sol, terra, lua, mar e fogo!
A voz e o silêncio!
Música e arte!
Repleta de amores e desamores! 


Movimento e Emoção: sempre!


Que as luzes desta primeira metade do século de minha vida tenham semeado a amizade, a alegria e o amor!


Grata a todos e todas que me acompanham nesta caminhada!



terça-feira, 20 de março de 2012

Rosa Reis No Circo da Cidade


Pra completar a festa em homenagem ao mês da mulher, o Projeto BR-135 tem o prazer de anunciar mais um grande nome da música maranhense que irá subir ao palco e fazer uma participação mais que especial no evento. Trata-se da cantora maranhense Rosa Reis, que apresentará canções nos ritmos de tambor de crioula, divino, cacuriá, carimbó de caixeiras, lelê, bumba-meu-boi, além de sambas, reggae, ladainhas e chulas da capoeira.
Em um show que contagia pela poesia, alegria e pulsação dos ritmos da cultura popular, a cantora se apresenta no projeto que acontece dia 22 deste mês, no Circo da Cidade (Aterro do Bacanga).
Projeto BR-135 apresenta 
Rosa Reis
22 de março
No Circo da Cidade
Aterro do Bacanga
Fonte: ELO INTERNET

domingo, 18 de março de 2012

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Ao acessar meu blogue hoje (18.03.12), o antivírus NORTON bloqueou-o com a seguinte  mensagem"Este é um site malicioso conhecido. NÃO é recomendável que você visite este site."
Inicialmente, achei "hilário", claro! 
Fui ao link "relatório detalhado" na mensagem, que disse: 
"Resumo

•Ameaças ao computador: 0

•Ameaças à identidade: 1
•Fatores de aborrecimento:0


Total de ameaças neste site: 1" 



Depois, acessei, de novo, e, nova mensagem: 

"ritalunamoraes.blogs...
Resumo
Este site não foi testado ainda."

Continuei tentando acessar e, por várias vezes, EU mesma, no MEU notebook, fui bloqueada ao buscar acessar MEU blogue! 
Deixei, por óbvio, de achar qualquer graça e INDIGNADA decidi publicar esta NOTA DE ESCLARECIMENTO, (o que já fiz também no Facebook) para resguardar meus direitos e os daqueles que me honram com sua leitura e, ainda, para que surta todos os seus efeitos.
Classificar este blogue de "um site malicioso conhecido" não só não corresponde à verdade, como também macula o esforço desta autora para trazer a seus leitores o que considera de melhor em textos, vídeos e áudios, buscando em todos os "posts" apresentar suas fontes (quando são de outra autoria), primando pela ética e cuidado com o outro - aquele ser humano que o acessará.
Solicitei aos amigos e contatos do Facebook e renovo aqui para os leitores do blogue e seguidores no Twitter, que tentem acessar o blogue e, caso tenham dificuldade ou sejam bloqueados para acessá-lo, me relatem com detalhes: dia e hora do acesso, link da mensagem que receberam e sua opinião. Estes relatos servirão de prova documental para as providências que vier a adotar.

Agradeço pela atenção de todos e tod@s.

São Luís, MA, 18 de março de 2012.

Rita de Cássia Luna Moraes
Proprietária e autora do blogue www.ritalunamoraes.blogspot.com

  

sexta-feira, 16 de março de 2012

Poesia de Neruda


Saudade é solidão

Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...

Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais...

Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
Pablo Neruda

sexta-feira, 9 de março de 2012

Carta* Aberta ao amigo Gilberto


Querido amigo,

Estive hoje em “nosso” prédio: fui finalizar a entrega do Apartamento. Engraçado, que, mesmo já tendo saído há 20 dias, somente agora considero que “me despedi”. Não estavas em casa, claro: era horário de trabalho! Enquanto aguardava a finalização de um reparo, fui tomar água no vizinho e eis que encontrei meu objeto terapêutico à espera de tratamento: hora de lavar a louça! (rsrsrs)

Meu caro amigo, quero expressar aqui todo o meu agradecimento por estes dois anos de convivência na vizinhança física. Quão intensos foram pra mim!

Durante a “terapia doméstica de lavar louças”, relembrei muitos de nossos momentos. De como me acolheste, com tua amizade e carinho, em um momento decisivo de minha vida. De como me fizeste repensar muito o meu caminhar. De como respeitaste o meu silêncio. De como compartilhei contigo minhas incertezas e emoções. De como me permitiste descobrir um outro olhar sobre mim mesma e sobre os que me cercam. De como me incentivaste a retomada com afinco dos estudos. De como nos divertimos. De como sorrimos de nós mesmos. De como dançamos, juntos, sem nos importarmos com a quantidade de gente. De como choramos juntos, emocionados, relembrando momentos de cada um. De como ouvimos, um do outro, os projetos e planos para o futuro...

Diria muito mais, sabes bem: contudo, resumo por aqui esta “reflexão” matutina, numa sexta-feira, que, longe de ter sido melancólica, com tantas lembranças, reavivou meu ânimo para concluir este ciclo e iniciar outro tão importante quanto.

Tenho certeza de que, quando caminhamos com os amigos ao nosso lado, que nos dão a mão, o afeto, o abraço e o silêncio, a caminhada fica muito mais tranquila. Senti-me assim, nestes tempos. E, sem dúvida, tens a ver com isto.

Nestes últimos dois anos, reencontrei minha essência, que andava “escondida”, por única responsabilidade minha. Em um desses momentos da vida, quando a gente “se acha perdido”. Sei que fiz pessoas sofrerem e se preocuparem comigo. Fui muito ajudada e sou muito grata a todos e todas que, paciente e carinhosamente, não me largaram no meio da calçada. Ainda que respeitassem meus momentos de “silêncio”, eu sabia que estavam ali a me olhar.

Alguns amigos, perguntam-me por que “divulgo” as Cartas que escrevo dirigidas a uma pessoa, especialmente e por que razão me exponho. Respondo-lhes que “compartilho” (antes mesmo disso ser “moda” no Facebook) para que se espalhem entre nós as boas emoções, nestes tempos de liquidez de sentimentos e atitudes (no pensar do sociólogo Zygmunt Bauman – "Vida Líquida","Amor Líquido",“Tempos Líquidos”, todos pela Editora Zahar).

Valho-me, para coroar este novo momento, da poetisa Cecília Meireles: “Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa.”

Com um forte abraço e um beijo no teu coração, receba minha amizade pra toda a vida,


P.S. Continue comprando desengordurante. É melhor para lavar a louça, junto com detergente. (rsrsrs)

* Sei que pensas que Carta se envia pelo Correio e que, neste veículo, é e-mail, mesmo. Mas não adianta... Vou continuar a escrever Cartas via internet. Nada contra o método tradicional, (fui uma “habitué” neste particular por muitos anos), mas se posso me valer hoje deste meio, uso-o... Ah, comprometo-me, ainda, em não me estender, além do necessário. Estou treinando a síntese de meus sentimentos (se isto for possível!...).

quinta-feira, 8 de março de 2012

A sabedoria da mulher Cora Coralina

"Eu sou aquela mulher que fez 


a escalada da montanha da vida 


removendo pedras 


e plantando flores." 


Às mulheres da minha vida: Este dia tão belo e tão especial

Mesmo quando não era engajada em luta alguma, sempre gostei do Dia Internacional da Mulher. Achava ingenua e simplesmente uma data bonita. 
Hoje, muitas passeatas, greves, manifestos e embates, tantas conquistas conquistadas e tantas a realizar, (quantas violências a denunciar), continuo a vê-la como uma data bonita, com uma beleza que me enche de saúde, serenidade e sabedoria para continuar a caminhada. 


Àquel@s que já me deram a mão, a tod@s que já sorriram e choraram comigo, àquel@s que  sonham sonhos de paz e amor, meu beijo carinhoso neste dia tão belo. 
A luta continua!

"Hay que endurecerse, sin perder la ternura jamás!"

sexta-feira, 2 de março de 2012

Carta aberta para Pedrinho (do pai para meu sobrinho-neto)


Madson Moraes, http://estilo.br.msn.com/tempodemulher

O doutor disse na primeira ultrassonografia: “Ele está sambando”.
Soube, desde então, que você já carregava o espírito Bossa Nova.

Meu caro Pedrinho, antes deixe-me pedir desculpas a você.
Já na ultrassonografia eu confundia o que existia de você.
Quando achava que o médico mostrava a sua cabeça, eram os braços.
Quando eu achava que via os braços, enxergava a sua barriga.
Quando, heroicamente e vencendo as imagens escuras da tela da TV
com minha visão míope eu acreditava ver a sua barriga olhava,
na verdade, o seu rosto.
Lembro que o doutor disse já na primeira consulta da sua existência:
"Ele está sambando".
Soube, desde então, que você já carregava o espírito Bossa Nova. 
Bem-vindo.
Você corre um risco tremendo em não colher manga no pé,
tomar banho de rio e até de ler as Caçadas de Pedrinho,
do nosso Monteiro Lobato que estão querendo proibir.
O livro eu guardei, pode ficar tranquilo. Não, seu nome não veio daí.
A razão é longa e prometo-lhe contar um dia.
Ah, Pedrinho, é tanta coisa ruim acontecendo.
Muita gente de bigodes do mal fazendo bobagem por aí,
escolhendo os verbos de desamor e destratando
(ou desidratando) as pessoas.
Há crianças que não conseguem substantivar suas vidas
por conta destas pessoas que olham apenas seus próprios umbigos.
É, Pedrinho, as coisas por aqui não andam nada bem.
Mas não é só de umbigo mau que se vive a vida.
Já chamei minha patota de amigos para, quando você chegar,
ver que o mundo vale a pena.
Guardei para você na mochila um disco de um negro porreta
cujo nome, Pixinguinha, até pode soar engraçado, mas ele canta
minhas dores de amor tão bem na sua flauta que certamente você vai gostar.
Outro é Vinicius, um poeta gordinho com uma lábia incrível com as mulheres.
Não dê risadas quando eu, ao violão, dedilhar músicas e bossinhas curtinhas
para ninar você, para cheirar o cheirinho do seu sonho.
Ou, então, dormir em cima dos seus segredos infantis como se fossem meus.
Não se sinta constrangido se eu encher você de diminutivos e
apelidos carinhosos. Todo pai é bobo e carente da infância
que nunca pode aproveitar. 
Todo pai gostaria de, por um instante, surrupiar a meninice alheia.
Outra coisa que você vai adorar é o mar que, aliás, anda tiririca da vida,
se agitando para lá e para cá.
Espero levar você, Pedrinho, para observar Iemanjá
em seus trabalhos de poesia e ondas.
Ah, o mar e as praias rodeadas de garotas de Ipanemas e nós dois lá,
eu mais velhinho, mais carrancudo, mais lento, sem tanto fôlego para uma prosa
e você mais atirado, mais danado
e cheio de piropos para as moças que desfilam na areia.
Daqui de fora já digo, a mulher é como uma vírgula:
perigosíssima quando mal interpretada.
Mas não existe gramática especializada, tampouco dicionário de verbetes
para elas.
Detalhe: antes que você descubra as poesias de amor do seu pai
guardadas numa gaveta, já adianto que são várias, pois vários foram os amores,
as dores acumuladas e irresponsáveis,
vários os movimentos e oscilações do coração
como são as ondas do mar, Pedrinho. Deixo como herança o poeta que ousei ser
com a gratuidade dos sentimentos alheios.
Não, não faça esta cara de riso bobo, Pedrinho.
Como dizia o poeta, há que amar e calar.
Filhos, filhos, melhor não tê-los?
Quem ousa responder essa pergunta, meu filho?
Confesso a você que me amedronta a ideia da sua aparição repentina.
Como pode alguém, tão pequenino, hoje ainda um grãozinho de vida,
exercer tamanho medo?
Digo a você que não estou preparado às noites de insônia, de não saber
os motivos da sua tosse, de me desesperar pela vermelhidão do seu rosto macio,
dos tons roqueiros do seu choro quando este aparecer,
de quando você beber xampu sem querer,
da troca de fraldas com minha desconhecida habilidade para trocas
ou das caretas que devo criar para você sorrir
nessas mesmas noites de insônia.
Enfim, chegue, pequeno, miúdo, assim mesmo do jeitinho que Deus pintou.
Traga sua poesia para encharcar esse mundo carente de lirismo.
Chegue logo para pintar de cores a alegria na alma.
Com carinho, seu pai.
Madson Moraes, 25 anos, é repórter do Tempo de Mulher.
Já escreveu críticas de cinema e passou por revista e redação.
Metido a escritor, atualiza o blog Românticos Anônimos
www.madsonmoraes.tumblr.com