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Um "cadinho" de mim
- CARTAS: Pensamentos e Dicas
- São Luís, Maranhão, Brazil
- Rita Luna Moraes Assistente Social e Bacharel em Direito. Servidora pública federal aposentada.
domingo, 30 de setembro de 2012
“Me preocupa quando juízes do STF pensam como taxistas”
“Me preocupa quando juízes do STF pensam como taxistas”
Wanderley Guilherme dos Santos, cientista político, sobre o julgamento do STF.
Wanderley Guilherme dos Santos, cientista político, sobre o julgamento do STF.
domingo, 23 de setembro de 2012
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
A UM POETA DA REVOLUÇÃO BRASILEIRA
Homem que passou por
mais de um partido, Carlos Nelson Coutinho foi
extremamente íntegro e coerente com a mesma luta, aquela descrita por
Antonio Gramsci em sua Concepção
dialética da história:
Criar uma nova cultura
não significa apenas fazer individualmente descobertas originais; significa
também, e sobretudo, difundir criticamente verdades já descobertas,
socializá-las por assim dizer; transformá-las portanto em base de ações vitais,
em elemento de coordenação e de ordem intelectual e moral. O fato de que uma
multidão de pessoas seja levada a pensar coerentemente e de maneira unitária a
realidade presente é um fato “filosófico” bem mais importante e original do que
a descoberta, por parte de um “gênio”, de uma nova verdade que permaneça como
patrimônio de pequenos grupos intelectuais.
Para além de suas contribuições originais,
sem dúvida, a maior herança deixada pelo tradutor, pelo editor, pelo pensador e
pelo militante Carlos Nelson é a difusão de uma “nova cultura”, profundamente
comprometida com a luta pela emancipação humana.
Com imensa generosidade, somente igualável a sua erudição, Carlito, como os amigos e camaradas mais
próximos o chamavam, contribuiu para forjar novas gerações de lutadores e
lutadoras comprometidos com a transformação social da realidade, solidamente
formados naquilo que de melhor a tradição marxista produziu.
Hoje, dia de homenagens e de despedida, não queremos nos
privar de dizer que, parafraseando Pablo Neruda nos versos que dedicou ao seu
Partido, Carlito se tornou
indestrutível, pois com o legado que nos deixa ele não termina em si mesmo, mas
segue conosco, nas lutas que irmanadamente assumimos.
Ao prefaciar uma obra sobre a revolução sandinista, certo
companheiro afirmou que, na Nicarágua, a poesia tomou o poder. Infelizmente
ainda não é possível dizer o mesmo sobre o Brasil. Todavia, camaradas como
Carlos Nelson escreveram e nos deixaram belos e importantes versos. Cabe a nós,
novas gerações, levar a poesia ao poder!
Camarada Carlos
Nelson Coutinho: PRESENTE, PRESENTE, PRESENTE!!!
Corpo discente da
Escola de Serviço Social da UFRJ
Rio de Janeiro, 20 de setembro de 2012.
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
PAJUP: I Debate dos Candidatos a Prefeito de São Luís com Movimentos Sociais
PAJUP: I Debate dos Candidatos a Prefeito de São Luís com...: Será realizado nesta quarta-feira, dia 19 de setembro, às 15 horas, no auditório da OAB/MA, no Calhau, o I Debate dos Candidatos a Prefeito de São Luís. PAJUP-UNDB transmite ao vivo. Clique no link acima.
PAPOÉTICO REALIZA OFICINA LITERÁRIA SOBRE FERNANDO PESSOA
BLOGUE DO ED WILSON: PAPOÉTICO REALIZA OFICINA LITERÁRIA SOBRE FERNANDO...: Oficina Literária “Fernando Hiper Pessoa”, com a professora doutora e escritora Teresa Rita Lopes, da Universidade de Lisboa e do Instituto ...
terça-feira, 18 de setembro de 2012
BLOGUE DO ED WILSON: SOBRE ÉTICA E ESTÉTICA NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS
BLOGUE DO ED WILSON: SOBRE ÉTICA E ESTÉTICA NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS: Carlos Agostinho Couto * Todo período eleitoral é rico por nos proporcionar – além do ufanista discurso de defesa da democracia nacional...
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Organizações sociais realizam debate com candidatos a prefeito de São Luís
ESCRITO POR ADMINISTRATOR | 13 SETEMBRO 2012
www.viasdefato.jor.br
Será realizado no próximo dia 19 de setembro, às 15 horas, no auditório da OAB, no Calhau, oI Debate dos Candidatos a Prefeito de São Luís com Organizações Sociais. Trata-se de uma articulação entre Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), União Estadual por Moradia Popular, Cáritas Brasileira Regional Maranhão, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Quilombo Urbano, Pastoral da Comunicação, Comitê Padre Josimo, Central de Movimentos Populares, Cooperativa de Mulheres Trabalhadoras da Bacia do Bacanga, Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Maranhão (OAB-MA) e Jornal Vias de Fato.
Ao contrário do que fazem as grandes emissoras de TV, nenhum candidato foi excluído. Foram convidados todos os atuais postulantes ao Palácio La Ravardiere. Os temas sugeridos pelas organizações foram: educação, saúde, saneamento básico, transporte público, mobilidade urbana, moradia, regularização fundiária, despejos, impactos dos grandes empreendimentos, economia solidária, planejamento, controle social, participação popular, desenvolvimento sustentável, preservação ambiental e violência urbana.
As perguntas serão feitas pelos integrantes dessas mesmas organizações e a mediadora será Zaira Sabry Azar, militante do Movimento Sem Terra (MST). O debate será gravado e disponibilizado no You Tube. O acesso ao auditório, que se dará a partir das 14h, será através de convites distribuídos pelas entidades articuladoras do evento.
Decisão do TRF1 libera obras de duplicação da Estrada de Ferro Carajás
Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
As obras de duplicação da Estrada de Ferro Carajás, que liga São Luís (MA) a Carajás (PA) foram liberadas com decisão tomada no úlrtimo dia 14, pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). O desembargador federal Mário César Ribeiro, presidente do tribunal, suspendeu a tutela antecipada, concedida em julho deste ano pela 8ª Vara da Seção Judiciária do Maranhão, que determinou a paralisação das obras.
O pedido de paralisação foi feito em ação civil pública ajuizada pela Sociedade Maranhense de Direitos Humanos, Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e Centro da Cultura Negra do Maranhão (CCN) contra a Vale S/A e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em que as entidades alegaram que existiriam “vícios no processo de licenciamento ambiental referente à duplicação da Estrada de Ferro Carajás, fato que tem resultado em diversos danos ao meio ambiente e às comunidades afetadas”.
As comunidades citadas na ação são o povo indígena Awa Guajá e comunidades quilombolas nos municípios de Anajatuba (MA), Arari (MA), Miranda do Norte (MA), Santa Rita (PB) e Itapecuru (MA).
A Vale recorreu ao TRF1 alegando que não há irregularidade no processo de licenciamento ambiental e que a paralisação acarreta grande lesão à ordem pública. De acordo com o tribunal, a empresa avalia em R$ 40 milhões os prejuízos causados pela suspensão da obra.
Segundo o desembargador, “não se pode desconsiderar a presunção de legitimidade dos atos administrativos perpetrados pelo Ibama, órgão que detém a competência e os dados técnico-científicos necessários para analisar e conceder as licenças ambientais pleiteadas”. Para o magistrado, há evidências de que o Poder Judiciário está interferindo indevidamente nas atividades da Administração Pública.
O presidente do TRF1 conclui sua decisão dizendo que “o que fica evidenciado é que a paralisação das obras poderá ser potencialmente mais perniciosa ao meio ambiente e à coletividade em geral do que o seu prosseguimento”. De acordo com a empresa responsável pelas obras, o processo de licenciamento prevê criação de 8.645 empregos no auge das obras de expansão da ferrovia e de 1.438 novos postos de trabalho após o término das obras.
Alckmin usa a mesma retórica dos matadores da ditadura
Maria Rita Kehl: Alckmin usa a mesma retórica dos matadores da ditadura
publicado em 17 de setembro de 2012 às 22:01
http://www.viomundo.com.br/denuncias/maria-rita-kehl-alckmin-usa-a-mesma-retorica-dos-matadores-da-ditadura.html
Maria Rita Khel é psicanalista e integrante da Comissão Nacional da Verdade
sábado, 15 de setembro de 2012
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
Nem pretendo que nossa cidade tenha mais 400 anos: basta que tenha um dia de dignidade!
Ainda bem que está passando esse aniversário
de 400 anos de São Luís. Já não estava mais suportando tanta utilização
indevida desta data. Governos, comércio, candidatos, enfim, o aniversário
prestou-se a muitos objetivos. E a pergunta que resta da festa (com perdão do
trocadilho): e agora, os próximos dias como serão?
A mesma pergunta que me fiz ao
completar meus cinquenta anos, neste 2012. Como respondi a mim mesma: quero
dias seguintes à festa com dignidade e nada mais.
E o que isto pode representar?
São tantas as promessas à cidade,
que até me assusto: nem vão caber nos próximos 800 anos.
A cidade pede o simples:
dignidade para sua gente! Trabalho, moradia, educação e saúde serão suficientes
para que o mais exista. Ah, "a gente
não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte", completaria
ao som da música dos Titãs.
"Shows para entrar para a história" ou "Outra festa que só veremos daqui a 400 anos"
desrespeitam a nossa história, passada e presente e comprometem nosso futuro: a
cidade quer festejar a vida de sua gente, que anda hoje, sem muitas razões para
cortar o bolo.
Talvez ela precise mais que
trilhos e automóveis; mais que asfalto e vias expressas; mais que festas e
fantasias. Precise de respeito a sua gente: aos ilustres que fizeram nosso
passado, glorioso ou nem tanto; aos anônimos que fazem o presente, com as belezas
que não estão nos catálogos e àqueles que ainda nem nasceram, e que no futuro,
ainda não sabemos se viverão em uma ilha bela ou magnética.
Cresci na Rua dos Afogados, no
centro da cidade, e a casa em que morei até os 7 anos, enchia de água quando
chovia. Mesmo não tendo morrido "afogada", até hoje, no canto daquela
morada, ainda jorram águas e lá se vão tantos anos. Vi o bairro da COHAB
expandir-se e juntar-se com o COHATRAC em um dos aglomerados urbanos mais
repletos de lixo. Até hoje, ao passar por suas ruas, me incomoda a sujeira daquelas
travessias que cortei por anos a fio de bicicleta.
Longe de ser saudosista ou
desejar a volta ao passado: já aprendi que o passado não volta. Mas se a
leitura que fazemos de nossa história servir para construirmos o presente e
deixar chegar o futuro no seu tempo, com certeza muito longe de shows e festas,
o que precisamos é de vida e vida em abundância.
O que de melhor temos para
festejar é a grandeza da gente de São Luís: que vai de ônibus lotado, mas ouve
e dança música no celular; que encontra as feiras sujas, mas não abre mão da
comida direta da fonte; que não tem emprego, mas não falta a um bumba-meu-boi;
que nem tem educação, mas sabe cantar as pedras do reggae; que não cansa de
lutar por dias melhores para seus filhos.
Que os dias seguintes aos 400
anos sejam de dignidade pra nossa gente! "Gente é pra brilhar, não pra morrer de fome", nos lembra Caetano.
A "Constituição" de 1612
(Em homenagem a um apaixonado por São Luís e que já foi se encontrar com "La Ravardière")
Há alguns anos, no dia do aniversário de São Luís, o "Jornal Pequeno" brindou seus leitores com a publicação de um encarte especial, contendo a versão integral das "Leis Fundamentais da Colônia da França Equinocial". Referido documento histórico hoje é divulgado no site "PatrimôniodaHumanidade.com", na parte dedicada a matérias especiais (www.patrimonioslz.com.br).
Assim como São Luís, também esse texto jurídico, que alguns acreditam ser a primeira Constituição das Américas, estará completando 400 anos em 2012 e, numa extraordinária coincidência do destino, tal efeméride ocorrerá apenas três anos antes da comemoração dos 800 anos da "Magna Carta", da Inglaterra, a primeira Constituição da História da Humanidade.
Esse fato, porém, pode não ter sido assim tão "casual". No livro do Padre Claude d'Abbeville ("História da Missão dos Capuchinhos na Ilha do Maranhão e suas Circunvizinhanças, cuja edição original encontra-se na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo.), que registra a viagem dos franceses ao Maranhão e a fundação de São Luís, consta que, logo depois de partirem do Porto de Cancale, os três navios comandados por Daniel de La Touche foram surpreendidos por uma violenta tempestade, que quase os levou ao naufrágio, obrigando-os a atracarem em portos ingleses, para reparos.
No período em que lá estiveram, o Senhor de La Ravardière pode ter tomado conhecimento mais detalhado da "Magna Carta" e do valor, da importância que referida Lei tinha para a nação inglesa, quando ela então estava em vias de completar 400 anos de vigência.
Tal circunstância deve ter inspirado o Senhor de La Ravardière, para que elaborasse documento semelhante e fundasse sobre ele a cidade de São Luís e a colônia da França Equinocial, aqui no Maranhão, com a esperança de que esse empreendimento subsistisse por tempo igualmente longo. Tal expectativa, contudo, não se confirmou.
Diferentemente das Ordenações Manuelinas Joaninas e Filipinas, que eram elaboradas em Lisboa e em Madri, cabendo aos habitantes da América apenas fingir que as obedeciam, dando origem à hipocrisia e à corrupção que conhecemos tão bem, há fortes indícios de que as "Leis Fundamentais" foram elaboradas aqui, contando com a efetiva colaboração dos caciques das tribos então existentes na ilha de "Upaon-Açu".
A evidência maior desse indício está no fato de que referidas "leis" não foram publicadas no dia em que os franceses chegaram ao Maranhão, no final de julho de 1612, e nem no dia da fundação do Forte de São Luís, em 8 de setembro daquele ano, considerado o dia do aniversário da cidade, mas sim em data posterior, mais precisamente no primeiro dia de novembro daquele ano.
De maneira diversa da "Magna Carta", que foi imposta ou "outorgada" pelos nobres ingeses ao Rei João I, conhecido como "João Sem Terra", como um instrumento para impor limites ao poder dos soberanos, poderíamos especular que talvez referida "Carta Fundamental" possa ter sido a primeira Constituição "Promulgada" da História da Humanidade. Isso porque, como se assinalou acima, ela poderia ter sido elaborada em comum acordo com os caciques das vinte e sete tribos então existentes na ilha de "Upaon-Açu", onde hoje se situam a cidade de São Luís e mais três municípios do Maranhão.
Talvez nunca se possa confirmar tal circunstância, mas fica aqui o registro de que é possível que essa legislação possa merecer tal credencial.
Se, do ponto de vista meramente técnico e jurídico, há dúvidas se ela pode ser considerada uma legislação de Direito Constitucional, tal dúvida desaparece quando se observa que referida lei buscou estabelecer regras para a difícil convivência harmoniosa entre dois povos de culturas tão diferentes, como então eram os franceses e os tupinambás, que iriam conviver num mesmo território. A gênese de um estado binacional, em síntese, ainda que sob a égida da Coroa francesa. Se essa não for uma das razões de ser que caracterizam uma Constituição...
Assim, no "Ano da França no Brasil", merece elogios o trabalho realizado pelo ex-Procurador Geral do estado do Maranhão, Dr. José Cláudio Pavão Santana, que resgatou a "Lei Fundamental da França Equinocial" do esquecimento absoluto a que ela estava relegada, divulgando-a em sua Tese de Pós-graduação perante a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, a tempo de se preparar uma celebração digna para o seu Quarto Centenário.
Com o término desse evento diplomático entre França e Brasil, lamenta-se profundamente que não tenha ocorrido a visita do Presidente da França à "cidade brasileira que nasceu francesa", dificultando sobremaneira a divulgação dos 400 anos da fundação de São Luís, na França e até mesmo no restante do Brasil.
Ainda assim, resta-nos a esperança de que essa visita ainda possa ocorrer, numa ocasião futura, para que o Quarto Centenário de São Luís e, também, o Quarto Centenário da "Constituição" da França Equinocial, venham a ser um grande evento comemorativo, entre Brasil e França, fortalecendo ainda mais as relações entre os dois países.
Nesses tempos em que a política brasileira decaiu tanto, como é necessário que a nossa sociedade compreenda que ser "nobre" não é apenas ter um título, um cargo importante, ou muitos bens materiais. "Nobreza" é também a capacidade que se tem para realizar atos de grandeza e de pioneirismo, quando necessário, e de ter respeito para a comunidade onde se vive, para com seus habitantes, suas Leis e sua História.
E como é oportuno ter em mente que um estado ou país não se sustenta apenas em "pessoas importantes", mas também, e principalmente, sobre compromissos essenciais que todos devemos respeitar, do mais humilde dos cidadãos ao mais imprescindível dos governantes.
Esse foi o legado que nos deixou o visionário Senhor de La Ravardière, com as "Leis Fundamentais" da França Equinocial.
Abimael Ferracinni,
escritor maranhense,
bacharel em Direito pela Universidade de São Paulo.
Assim como São Luís, também esse texto jurídico, que alguns acreditam ser a primeira Constituição das Américas, estará completando 400 anos em 2012 e, numa extraordinária coincidência do destino, tal efeméride ocorrerá apenas três anos antes da comemoração dos 800 anos da "Magna Carta", da Inglaterra, a primeira Constituição da História da Humanidade.
Esse fato, porém, pode não ter sido assim tão "casual". No livro do Padre Claude d'Abbeville ("História da Missão dos Capuchinhos na Ilha do Maranhão e suas Circunvizinhanças, cuja edição original encontra-se na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo.), que registra a viagem dos franceses ao Maranhão e a fundação de São Luís, consta que, logo depois de partirem do Porto de Cancale, os três navios comandados por Daniel de La Touche foram surpreendidos por uma violenta tempestade, que quase os levou ao naufrágio, obrigando-os a atracarem em portos ingleses, para reparos.
No período em que lá estiveram, o Senhor de La Ravardière pode ter tomado conhecimento mais detalhado da "Magna Carta" e do valor, da importância que referida Lei tinha para a nação inglesa, quando ela então estava em vias de completar 400 anos de vigência.
Tal circunstância deve ter inspirado o Senhor de La Ravardière, para que elaborasse documento semelhante e fundasse sobre ele a cidade de São Luís e a colônia da França Equinocial, aqui no Maranhão, com a esperança de que esse empreendimento subsistisse por tempo igualmente longo. Tal expectativa, contudo, não se confirmou.
Diferentemente das Ordenações Manuelinas Joaninas e Filipinas, que eram elaboradas em Lisboa e em Madri, cabendo aos habitantes da América apenas fingir que as obedeciam, dando origem à hipocrisia e à corrupção que conhecemos tão bem, há fortes indícios de que as "Leis Fundamentais" foram elaboradas aqui, contando com a efetiva colaboração dos caciques das tribos então existentes na ilha de "Upaon-Açu".
A evidência maior desse indício está no fato de que referidas "leis" não foram publicadas no dia em que os franceses chegaram ao Maranhão, no final de julho de 1612, e nem no dia da fundação do Forte de São Luís, em 8 de setembro daquele ano, considerado o dia do aniversário da cidade, mas sim em data posterior, mais precisamente no primeiro dia de novembro daquele ano.
De maneira diversa da "Magna Carta", que foi imposta ou "outorgada" pelos nobres ingeses ao Rei João I, conhecido como "João Sem Terra", como um instrumento para impor limites ao poder dos soberanos, poderíamos especular que talvez referida "Carta Fundamental" possa ter sido a primeira Constituição "Promulgada" da História da Humanidade. Isso porque, como se assinalou acima, ela poderia ter sido elaborada em comum acordo com os caciques das vinte e sete tribos então existentes na ilha de "Upaon-Açu", onde hoje se situam a cidade de São Luís e mais três municípios do Maranhão.
Talvez nunca se possa confirmar tal circunstância, mas fica aqui o registro de que é possível que essa legislação possa merecer tal credencial.
Se, do ponto de vista meramente técnico e jurídico, há dúvidas se ela pode ser considerada uma legislação de Direito Constitucional, tal dúvida desaparece quando se observa que referida lei buscou estabelecer regras para a difícil convivência harmoniosa entre dois povos de culturas tão diferentes, como então eram os franceses e os tupinambás, que iriam conviver num mesmo território. A gênese de um estado binacional, em síntese, ainda que sob a égida da Coroa francesa. Se essa não for uma das razões de ser que caracterizam uma Constituição...
Assim, no "Ano da França no Brasil", merece elogios o trabalho realizado pelo ex-Procurador Geral do estado do Maranhão, Dr. José Cláudio Pavão Santana, que resgatou a "Lei Fundamental da França Equinocial" do esquecimento absoluto a que ela estava relegada, divulgando-a em sua Tese de Pós-graduação perante a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, a tempo de se preparar uma celebração digna para o seu Quarto Centenário.
Com o término desse evento diplomático entre França e Brasil, lamenta-se profundamente que não tenha ocorrido a visita do Presidente da França à "cidade brasileira que nasceu francesa", dificultando sobremaneira a divulgação dos 400 anos da fundação de São Luís, na França e até mesmo no restante do Brasil.
Ainda assim, resta-nos a esperança de que essa visita ainda possa ocorrer, numa ocasião futura, para que o Quarto Centenário de São Luís e, também, o Quarto Centenário da "Constituição" da França Equinocial, venham a ser um grande evento comemorativo, entre Brasil e França, fortalecendo ainda mais as relações entre os dois países.
Nesses tempos em que a política brasileira decaiu tanto, como é necessário que a nossa sociedade compreenda que ser "nobre" não é apenas ter um título, um cargo importante, ou muitos bens materiais. "Nobreza" é também a capacidade que se tem para realizar atos de grandeza e de pioneirismo, quando necessário, e de ter respeito para a comunidade onde se vive, para com seus habitantes, suas Leis e sua História.
E como é oportuno ter em mente que um estado ou país não se sustenta apenas em "pessoas importantes", mas também, e principalmente, sobre compromissos essenciais que todos devemos respeitar, do mais humilde dos cidadãos ao mais imprescindível dos governantes.
Esse foi o legado que nos deixou o visionário Senhor de La Ravardière, com as "Leis Fundamentais" da França Equinocial.
Abimael Ferracinni,
escritor maranhense,
bacharel em Direito pela Universidade de São Paulo.
domingo, 2 de setembro de 2012
"Festival Cultural Outros 400" Ocupa Vinhais Velho
Programação (provisória):
Mutirão de Limpeza do Sítio de seu Olegário
Pista Livre de Street Skate o dia todo nos dois dias
Mutirão de Limpeza do Sítio de seu Olegário
Pista Livre de Street Skate o dia todo nos dois dias
Pista Livre de Street Bike o dia todo nos dois dias
Grafitagem ao vivo
08/09 Sábado
08:00-09:00
Grupo de Discussão sobre o Vinhais Velho, aspectos históricos, culturais, ambientais e a problemática da Via Expressa. (Coordenação: Ocupa São Luís)
09:00 – 09:45
Teatro Infantil: Peça “As menininhas”
09:00 – 11:00
Grupo de Discussão sobre Direito à cidade.
Grafitagem ao vivo
08/09 Sábado
08:00-09:00
Grupo de Discussão sobre o Vinhais Velho, aspectos históricos, culturais, ambientais e a problemática da Via Expressa. (Coordenação: Ocupa São Luís)
09:00 – 09:45
Teatro Infantil: Peça “As menininhas”
09:00 – 11:00
Grupo de Discussão sobre Direito à cidade.
(Coordenação PAJUP – Assessoria Jurídica Popular da UNDB)
11:15 – 12:15
Grupo de Discussão Políticas sobre Drogas. (Coordenação: Ocupa São Luís)
12:15 – 14:00
Intervalo Almoço
14:00
Palco Livre Salve Vinhais Velho
14:00 Estrutura de Rua – Rap (confirmado)
15:00 Os Carabinas – Rock (a confirmar)
16:00 Banda Histeriah – Rock/Metal (confirmado)
17:00 Rodão com diversos grupos de Capoeira (capoeira ufma confirmado, convites para Laborarte, Tombo da Ladeira e outros)
19:00 Banda DLMC – Rap (confirmado)
20:00 Banda Megazines - Rock/Alternativo
21:00 Banda Corppus – Rock/Rap
22:00 Rosa Reis – Música Maranhense
09/09 Domingo
08:00-09:00
Grupo de Discussão sobre Ativismo Verde (Coordenação: Ocupa Sâo Luís)
09:00-10:00
Grupo de Discussão sobre Diversidade Sexual (Coordenação: Ocupa Sâo Luís)
10:00-11:00
Exposição da Fotorreportagem “Centro Histórico de São Luís em Recorte Fotojornalístico: Fotorreportagem do Patrimônio Cultural Material Arquitetônico” da jornalista Sáride Maíta.
11:00-12:00
Plenária do Festival Cultural Outros 400
12:00-14:00
Intervalo Almoço
14:00
Palco Livre Salve Vinhais Velho
14:00 Eclipse Oculto – Pop/Rock
15:00 Stalingrado – Rock Alternativo
16:00 Heriverton Nunes - Samba
17:00 Apresentação Teatral: Peça “Espelho de Vênus”
18:00 Apresentação de Cacuriá
19:00 Apresentação de Tambor de Crioula
20:00 Quilombo Urbano – Rap
21:00 Beto Nhogue e os Canelas Pretas – Rock/Regional/Eletrônico
22:00 César Teixeira – Música Maranhense
11:15 – 12:15
Grupo de Discussão Políticas sobre Drogas. (Coordenação: Ocupa São Luís)
12:15 – 14:00
Intervalo Almoço
14:00
Palco Livre Salve Vinhais Velho
14:00 Estrutura de Rua – Rap (confirmado)
15:00 Os Carabinas – Rock (a confirmar)
16:00 Banda Histeriah – Rock/Metal (confirmado)
17:00 Rodão com diversos grupos de Capoeira (capoeira ufma confirmado, convites para Laborarte, Tombo da Ladeira e outros)
19:00 Banda DLMC – Rap (confirmado)
20:00 Banda Megazines - Rock/Alternativo
21:00 Banda Corppus – Rock/Rap
22:00 Rosa Reis – Música Maranhense
09/09 Domingo
08:00-09:00
Grupo de Discussão sobre Ativismo Verde (Coordenação: Ocupa Sâo Luís)
09:00-10:00
Grupo de Discussão sobre Diversidade Sexual (Coordenação: Ocupa Sâo Luís)
10:00-11:00
Exposição da Fotorreportagem “Centro Histórico de São Luís em Recorte Fotojornalístico: Fotorreportagem do Patrimônio Cultural Material Arquitetônico” da jornalista Sáride Maíta.
11:00-12:00
Plenária do Festival Cultural Outros 400
12:00-14:00
Intervalo Almoço
14:00
Palco Livre Salve Vinhais Velho
14:00 Eclipse Oculto – Pop/Rock
15:00 Stalingrado – Rock Alternativo
16:00 Heriverton Nunes - Samba
17:00 Apresentação Teatral: Peça “Espelho de Vênus”
18:00 Apresentação de Cacuriá
19:00 Apresentação de Tambor de Crioula
20:00 Quilombo Urbano – Rap
21:00 Beto Nhogue e os Canelas Pretas – Rock/Regional/Eletrônico
22:00 César Teixeira – Música Maranhense
Um dilema, que também é meu: tecnologias e preservação ambiental
Esta história foi divulgada por uma professora minha, Erica Dmitruk, que mora em Londrina - PR e revela o que chamei de "um dilema, que também é meu: tecnologias e preservação ambiental". Vale a reflexão!
Na fila do supermercado, o caixa diz a uma senhora idosa:
- A senhora deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não são amigáveis com o ambiente.
A senhora pediu desculpas e disse:
- Não havia essa onda verde no meu tempo.
- A senhora deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não são amigáveis com o ambiente.
A senhora pediu desculpas e disse:
- Não havia essa onda verde no meu tempo.
O empregado respondeu:
- Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com o nosso ambiente.
- Você está certo - responde a velha senhora - nossa geração não se preocupou adequadamente com o ambiente. Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.
Realmente não nos preocupamos com o ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhávamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões.
Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.
Mas é verdade: não havia preocupação com o ambiente, naqueles dias. Naquela época só tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado como?
Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo, não plastico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar. Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade.
Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Afiávamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lâmina ficou sem corte.
Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.
Então, não é risível que a atual geração fale tanto em "meio ambiente", mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?
- Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com o nosso ambiente.
- Você está certo - responde a velha senhora - nossa geração não se preocupou adequadamente com o ambiente. Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.
Realmente não nos preocupamos com o ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhávamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões.
Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.
Mas é verdade: não havia preocupação com o ambiente, naqueles dias. Naquela época só tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado como?
Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo, não plastico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar. Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade.
Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Afiávamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lâmina ficou sem corte.
Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.
Então, não é risível que a atual geração fale tanto em "meio ambiente", mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?
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