Homem que passou por
mais de um partido, Carlos Nelson Coutinho foi
extremamente íntegro e coerente com a mesma luta, aquela descrita por
Antonio Gramsci em sua Concepção
dialética da história:
Criar uma nova cultura
não significa apenas fazer individualmente descobertas originais; significa
também, e sobretudo, difundir criticamente verdades já descobertas,
socializá-las por assim dizer; transformá-las portanto em base de ações vitais,
em elemento de coordenação e de ordem intelectual e moral. O fato de que uma
multidão de pessoas seja levada a pensar coerentemente e de maneira unitária a
realidade presente é um fato “filosófico” bem mais importante e original do que
a descoberta, por parte de um “gênio”, de uma nova verdade que permaneça como
patrimônio de pequenos grupos intelectuais.
Para além de suas contribuições originais,
sem dúvida, a maior herança deixada pelo tradutor, pelo editor, pelo pensador e
pelo militante Carlos Nelson é a difusão de uma “nova cultura”, profundamente
comprometida com a luta pela emancipação humana.
Com imensa generosidade, somente igualável a sua erudição, Carlito, como os amigos e camaradas mais
próximos o chamavam, contribuiu para forjar novas gerações de lutadores e
lutadoras comprometidos com a transformação social da realidade, solidamente
formados naquilo que de melhor a tradição marxista produziu.
Hoje, dia de homenagens e de despedida, não queremos nos
privar de dizer que, parafraseando Pablo Neruda nos versos que dedicou ao seu
Partido, Carlito se tornou
indestrutível, pois com o legado que nos deixa ele não termina em si mesmo, mas
segue conosco, nas lutas que irmanadamente assumimos.
Ao prefaciar uma obra sobre a revolução sandinista, certo
companheiro afirmou que, na Nicarágua, a poesia tomou o poder. Infelizmente
ainda não é possível dizer o mesmo sobre o Brasil. Todavia, camaradas como
Carlos Nelson escreveram e nos deixaram belos e importantes versos. Cabe a nós,
novas gerações, levar a poesia ao poder!
Camarada Carlos
Nelson Coutinho: PRESENTE, PRESENTE, PRESENTE!!!
Corpo discente da
Escola de Serviço Social da UFRJ
Rio de Janeiro, 20 de setembro de 2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é sempre bem-vindo!
Sou favorável à liberdade de opinião.
Logo, não haverá censura!
Valemo-nos, sempre, do bom senso e da ética.