Último mês do ano e... que ano...!
Muitas vezes dissemos isto
Para o bem e para o mal
Conquistas e frustrações
Sonhos alcançados
Expectativas não realizadas
Mesmo tendo conquistas,
eu continuo desejando mais
Gratidão eu tenho
Inquietação também
O quê fazer com tamanha intensidade
Viver com intensidade tem sido desafio aumentado
Observo certa acomodação em contentar-se com o possível, ainda que mediano
Pessoas que se retraem
Que condicionam seus dias a viverem na mesmice, por mais que esta até seja válida
Difícil encontrar quem não tenha agenda, horários marcados, programas acertados
Lazer só no fim de semana, quando se permitem, sem culpas
Deixar-se conduzir ante o espanto da vida
Ir à praia na terça-feira
Almoçar sem o celular na mesa
Estar com as pessoas conversando sem necessidade de selfies, guardar os momentos nas memórias vivas e não nos cartões de memória
Demonstrar ao outro que se importa
Do nada
Sem que o outro espere
Estar presente, mesmo distante
Sentir que se tem com quem contar
Nesse mundo maravilhoso - que nos une e nos separa de modos tão inesperados
Trazer para dentro de cada dia
um pouco que seja do melhor que pudermos ser para atender a nós mesmos, essencialmente,
Para além de cumprir as metas do trabalho
Para muito além do planejado
Dias mais aleatórios, surpreendentes, desafiadores
Fora das caixinhas que nos aprisionam
Esbanjar afetos
Cicatrizar as feridas de uma vez
Sem renovar a mesma dor, várias vezes
Dispor-se a novas dores
E a novas alegrias
Reflexões de fim de ano?
Não
Do ano todo
Da vida toda
Sem respostas prontas
Mas na busca da intensidade que quase se perde
No mar de artificialidades e sem-importâncias
Os olhos que vêem a superfície da vida
não sabem o que perdem com medo de aprofundar-se
Assim na vida material, quando se mantém fazendo as mesmas atividades por tempos e tempos
E na vida emocional, quando não consegue se relacionar com novas pessoas, ainda que haja infelicidade com quem está
Atento para mim mesma
Num esconderijo pessoal, em que as portas teimam em se fechar
Num desejo imenso de seguir viagem, trazendo as pessoas que a vida vai ofertando
Sem esperar que venham
Celebrando quando chegarem
De mãos dadas
De abraço apertado
De beijo doce e quente
Intensos
Um espaço plural, despretensioso, prazeroso e cheio de luz! Compartilhar ideias e homenagear amigos.
Um "cadinho" de mim
- CARTAS: Pensamentos e Dicas
- São Luís, Maranhão, Brazil
- Rita Luna Moraes Assistente Social e Bacharel em Direito. Servidora pública federal aposentada.
sexta-feira, 1 de dezembro de 2017
sexta-feira, 2 de junho de 2017
DITADURAS: externa e interna
Há uma ditadura imposta.
Além da que se vive no país, nestes tempos sombrios.
Nos impõe que NÃO
DEVEMOS deixar que nos atinjam. Como evitar?
Se fosse uma pedra,
talvez não nos sentíssemos atingidos. Mas não somos. Corre sangue. Há afetos. Relações.
Sentido de pertencer ao mundo.
Dizem pra não se entregar.
Não criar expectativa. Se fosse ermitão, talvez. Melhor reconhecer que há
crueldade.Te pisam. E tu TENS QUE perdoar.
Ficou chato buscar
controlar a mente, cultivar bons pensamentos, relevar. As pessoas te ferram. E
tu nem podes te defender.TENS QUE ser bom.
ESGOTADA. A visão
idealista de que somos bons é idealista. A crueldade mora em nós. Atingimos o
outro, em nome de sermos nós mesmos, sem dó.
A ditadura da SUPERAÇÃO quando
te machucam, só machuca mais. TER QUE superar dores, te faz sentir impotente. Porque
NINGUÉM sente sua dor.
E saem dizendo que
"vai passar". Enquanto não passa - e muitas NÃO PASSAM - nem querem
que você sinta, porque é fraqueza.TEM QUE suportar. Ditaduras.
Suicídio, eutanásia, "loucura"
são desespero diante da ditadura de não conseguir superar a dor que todos dizem
que você pode. Nem se olha o outro.
terça-feira, 2 de maio de 2017
domingo, 5 de março de 2017
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