Um "cadinho" de mim

São Luís, Maranhão, Brazil
Rita Luna Moraes Assistente Social e Bacharel em Direito. Servidora pública federal aposentada.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Carnaval, Mulher, Homossexuais, Facebook e Cinema

Dias de Carnaval, em nosso país, são pródigos de exuberantes exemplos de transfigurações.  Os “brincantes” valem-se da concessão que lhe faz a sociedade para se exporem em fantasias que, no dia a dia, não vestem. As mais comuns são as de “homens” travestidos de “mulher”. Todos nós achamos graça, toleramos e até incentivamos. Claro, passa como uma caricatura da nossa “ambigüidade ontológica”!  Ou ainda a “diversidade” do ser que negamos!
No ano em que o Dia Internacional da Mulher – 8 de março – foi a terça-feira gorda de Carnaval, melhor ainda para, além da brincadeira, pensarmos em que “carnaval” transformamos a vida de mulheres e homossexuais. Recomendo a leitura e a reflexão a partir de 2 artigos que li nestes dias:
1. O texto apropriado da companheira de lutas Mary Ferreira (Professora UFMA) “As mulheres e o poder: reflexões para pensar o 8 de março - Dia Internacional da Mulher”, publicado no Jornal O Imparcial do dia 08.03., no qual destaca os avanços e desafios das mulheres neste centenário de celebrações do Dia Internacional da Mulher.

2.  A matéria de capa da Revista Época (07.03.11), acessível em http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI216156-15228,00 AMOR+E+ODIO+AOS+GAYS+TRECHO.html cuja pergunta intrigante devemos nos fazer todos:
“No Carnaval, o Brasil aceita, imita e consagra os homossexuais. Por que, no resto do ano, há tanta violência contra eles?
Estima-se que no ano passado o Brasil teve 252 assassinatos motivados por ódio aos homossexuais (Fonte: Revista Época)
O que há de comum entre Carnaval, Mulher e Homossexuais, além das caricaturas? Infelizmente, uma trágica marca: a intolerável violência, em todas as suas dimensões. Basta conferir o pouco do que nos mostram as estatísticas.

Merece destaque a inauguração, no dia 02.03.11, na Defensoria Pública do Estado, do Núcleo Especializado da Mulher e LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), atendimento de defensores públicos em defesa dos direitos de mulheres e comunidade homossexual em nosso Estado, em funcionamento na sede do órgão, na Praia Grande.

Li ainda na Revista Istoé (02.03.11) que o menor município do Brasil, Borá – SP é, proporcionalmente, a cidade do mundo que mais tem gente no Facebook, a rede social que mais cresce e mais fascina. Sua população quase toda (93%) está lá e não mais na praça conversando. A tecnologia que aproxima, também distancia as pessoas. Quantos de nós ainda nos expomos “ao vivo e a cores”, sem alegorias? Detalhe: tenho Facebook, mas prefiro um bom “olho no olho”.

No momento em que “Bruna Surfistinha”, filme nacional, leva milhares de expectadores aos cinemas em todo o país, celebro a reabertura do Cine Praia Grande, na noite memorável de ontem, em que convidados da cena cultural maranhense, prestigiaram a avant-première do filme de Coppola, “Tetro”. Maravilhosos, o cinema e o filme! Há tempos não via, na tela grande, um “preto e branco”. Sensível, contundente, poético e atualíssimo. Afinal, família é família, só mudamos o endereço. Recomendadíssimo! Detalhe: Não assisti, ainda, “Bruna Surfistinha”, mas já li há anos, quando do seu lançamento, o livro que o inspira “O doce veneno do escorpião”. 

Assistir e ler um pouco de tudo, faz-nos “conectados” com nosso mundo real.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é sempre bem-vindo!
Sou favorável à liberdade de opinião.
Logo, não haverá censura!
Valemo-nos, sempre, do bom senso e da ética.